ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
11.06.1999.
Aos onze dias do mês de junho do ano de
mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze
minutos foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro
Martini, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Renato Guimarães, Sônia Santos e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Décio Schauren, Fernando
Záchia, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, José Valdir, Luiz Braz, Reginaldo
Pujol e Sonia Saraí. Constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Quadragésima Terceira Sessão Ordinária que, juntamente com
as Atas da Quadragésima Segunda Sessão Ordinária e da Décima Quarta Sessão
Solene, deixou de ser votada face à inexistência de "quorum"
deliberativo. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Clênia Maranhão, o
Pedido de Informações nº 86/99 (Processo nº 1862/99); pelo Vereador João Bosco
Vaz, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 74 e 77/99 (Processos nºs 1849 e
1905/99, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, 12 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências. Ainda,
foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Tereza Franco, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 171/97 (Processo nº
2866/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 31 e 34/99, do Senhor Jocelei
Luiz Consalter Flôres, Presidente da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul
- UVERGS; 1035/99, do Senhor Gilberto Chiapinotto, Superintendente de Negócios
da Caixa Econômica Federal - CEF. Após, o Senhor Presidente registrou a
inclusão, na “home page” da Câmara Municipal de Porto Alegre, de acesso que
disponibiliza uso de dados da Fundação e Economia e Estatística - FEE, tendo o
Vereador Guilherme Barbosa manifestado-se a respeito. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Lady Cristo de Souza, da
Associação dos Moradores Divina Providência, que discorreu acerca do processo
de urbanização e regularização fundiária da Vila Jardim, salientando a
organização da comunidade dessa área na luta por melhores condições de moradia
e contra a injustiça social. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do
Deputado Estadual Selvino Heck e os trabalhos estiveram suspensos, nos termos regimentais,
das nove horas e trinta e seis minutos às nove horas e trinta e sete minutos.
Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
do Executivo nº 09/99, discutido pelos Vereadores João Dib, Cyro Martini,
Renato Guimarães, Guilherme Barbosa, Elói Guimarães e Antônio Losada. Na
ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem do Vereador Luiz
Braz, prestou informações acerca das normas regimentais para pronunciamentos
dos Senhores Vereadores no período de Pauta Especial, tendo o Vereador Renato
Guimarães manifestado-se acerca do assunto. Também, por solicitação do Vereador
Guilherme Barbosa, foi feito um minuto de silêncio face ao falecimento dos
Senhores Otaviano de Carvalho e Bete Lima. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 68/99, este
discutido pelos Vereadores João Dib e Juarez Pinheiro, 70/99, este discutido
pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, João Dib e Elói Guimarães, 71 e 72/99; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 04/99, discutido pelo
Vereador João Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 51/99, discutido
pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, João Dib e Cyro Martini, o Projeto de
Resolução nº 26/99. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal, ao
tecer considerações acerca da criação, pelo Governo Federal, do Ministério da
Defesa, criticou a forma como vêm sendo direcionados os trabalhos das Forças
Armadas do Brasil, em especial no referente a sua utilização no combate ao
narcotráfico, afirmando que tal direcionamento baseia-se em posições oriundas
do Ministério de Defesa dos Estados Unidos. O Vereador Antonio Hohlfeldt,
reportando-se ao discurso do Vereador Pedro Américo Leal, declarou ser a
unificação das Forças Armadas uma antiga reivindicação de partidos de esquerda,
principalmente do Partido dos Trabalhadores. Ainda, registrou o falecimento do
Senhor Pedro Wayne, ocorrido no dia nove de junho do corrente, falando sobre a
representatividade de seu trabalho junto ao teatro gaúcho. O Vereador João
Bosco Vaz ratificou a homenagem prestada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt ao
Senhor Pedro Wayne. Manifestando sua preocupação com a questão do turismo,
ressaltou a necessidade de maiores investimentos em pesquisas para identificar
o perfil dos turistas que visitam o Estado e comentou posicionamentos assumidos
pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e pelo Sindicato dos Comerciários
quanto aos horários de abertura do comércio na Capital. O Vereador Gilberto
Batista discorreu sobre a situação vivenciada pela comunidade da Vila Dique, no
Bairro Sarandi, em vista das chuvas ocorridas na Cidade, defendendo medidas do
Executivo Municipal para amenizar problemas de alagamento nesse local. Também,
criticou a fiscalização de trânsito em Porto Alegre, referindo-se a Projeto de
Lei em tramitação no Congresso Nacional, que obriga os fiscais de trânsito a
notificarem os motoristas no ato da infração. O Vereador Eliseu Sabino
expressou seu agradecimento aos Vereadores que prestigiaram a Sessão Solene
ocorrida no dia dez de junho do corrente, destinada a homenagear o Dia do Pastor.
Falou sobre a importância do trabalho do Pastor dentro da sociedade atual,
congratulando-se com o Pastor Nils Taranger e sua família, por suas atividades
junto à Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou a realização, dias onze e doze de junho do corrente, do Seminário
“Globalização e Culturas Regionais”, promovido pela Comissão de Educação, Cultura
e Esportes da Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Guilherme Barbosa, após
cumprimentar o Vereador Pedro Américo Leal por seu discurso em Comunicação de
Líder, registrou visita do Senhor Vicente Bogo ao Governador Olívio Dutra,
declarando que tal postura é um marco de grandeza na política gaúcha. Também,
comentou a política de investimentos empreendida pelo Governo Estadual,
principalmente quanto aos acordos firmados com a empresa Dell Computer
Corporation e General Motors. O Vereador Fernando Záchia, contraditando o
discurso do Vereador Guilherme Barbosa, destacou problemas verificados em Porto
Alegre, como alagamentos e deficiências na fiscalização do trânsito. Ainda,
questionou o aumento da verba do Tribunal de Justiça do Estado, concedido pelo
Governo Estadual um dia após a cassação de liminar que impedia a execução do
Orçamento Participativo no Rio Grande do Sul. A seguir, constatada a existência
de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi aprovada a
Emenda nº 06 ao Projeto de Resolução nº 32/97, após ter sido encaminhada à
votação pelos Vereadores Pedro Américo Leal, Décio Schauren, Luiz Braz,
Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn. Após, foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda
nº 06 ao Projeto de Resolução nº 32/97. Na ocasião, os trabalhos estiveram
suspensos das doze horas e dezenove minutos às doze horas e vinte minutos, nos
termos regimentais. Também, face Questão de Ordem do Vereador Isaac Ainhorn, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos reflexos, no Regimento da
Casa, da aprovação da Emenda nº 06 acima referida e da Subemenda nº 01 a ela
aposta. Ainda, foi registrada a presença dos Senhores Arno Teifke e Odone
Klopenburg, respectivamente Vice-Prefeito e Vereador do Município de Barão do
Triunfo/RS, e do Senhor Rui Pires Pereira, Vice-Prefeito da cidade de
Arambaré/RS. Em continuidade, foi apregoada a Emenda nº 07 ao Projeto de Resolução
nº 32/97 e, constatada a inexistência de “quorum”, às doze horas e quarenta e
oito minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Juarez Pinheiro e
Eliseu Sabino e secretariados pelos Vereadores Eliseu Sabino e Cláudio Sebenelo,
este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Eliseu Sabino, 3º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Antes de passarmos à Tribuna Popular,
queria informar às Senhoras e Srs. Vereadores, que, fruto de uma reunião
realizada quarta-feira com o Presidente da Fundação de Economia e Estatística,
fundação que tem quase três décadas de existência, nós incluímos, a partir de
ontem, a “home page” da Câmara de Vereadores. Um espaço onde temos todas as
informações disponíveis, “link”, tecnicamente falando, que tem todos os
assuntos relativo às pesquisas e estatísticas de Porto Alegre, que a FEE
dispõe. Além disso, há também informações de ordem econômica, inclusive a carta
de conjuntura da FEE, que é um
trabalho reconhecido nacionalmente pela qualidade desses pareceres dos
economistas que acompanham aquela fundação.
Foi
um trabalho realizado pelo Coordenador de Processamento de Dados da Câmara,
Lauro, que participou da reunião, juntamente com o Presidente da FEE.
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem) Sr. Presidente, em face da informação de V. Exa, eu quero,
em nome da nossa Bancada, cumprimentar a Mesa Diretora por esse fato, na medida
em que se terá, de forma rápida, com esse novo meio de comunicação, informações
de qualidade pela nossa Fundação Estadual.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
A
Sra. Lady Cristo de Souza, representando a Associação dos Moradores Divina
Providência, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. LADY CRISTO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
estou aqui representando a comunidade da Vila Jardim para tornar público o
processo de regularização fundiária, no qual estamos lutando há mais de 10
anos.
Consideramos
que o fato de a vila ter-se tornado irregular não é culpa dos moradores, mas
sim do loteador que vendeu as terras sem urbanização nos anos 20 e 30,
portanto, há mais de 60 anos estamos em situação irregular. Além disso, outras
áreas livres, destinadas a jardins internos, foram também sendo ocupadas por
famílias sem moradia. Hoje são mais de 20 áreas onde vivem cerca de 700
famílias, em torno de 4.000 pessoas. Por morarem em áreas irregulares, as
pessoas temiam que houvesse expulsões e, por isso, não construíam moradias
melhores, vivendo em condições inadequadas. Levados pelas dificuldades, já nos
anos 70 e 80, as pessoas começaram a se organizar em busca de melhores
condições de vida. Queremos destacar que, com a organização, aprendemos a lutar
coletivamente, fomos para o Orçamento Participativo e conquistamos verbas para
topografia, pesquisa de áreas e, depois, para a realização de obras nos becos.
Para melhor desenvolvimento desse projeto, estabeleceu-se uma dinâmica de
trabalho em parceria com o DEMHAB, e foram feitos cursos de capacitação, como
pedreiro, carpinteiro e hidráulico, para viabilizar o trabalho em mutirão.
Em
1996, a comissão de moradores se mobilizou e, juntamente com o DEMHAB,
conseguiu, junto à Câmara Municipal, a desafetação das áreas, que foi um
Projeto do Executivo Municipal. A aprovação desse Projeto, além de beneficiar
os moradores da Vila Jardim, influenciou outras comunidades para que se
mobilizassem. No momento mais positivo dessa luta, fomos surpreendidos por uma
ação popular que veio paralisar o nosso processo de regularização fundiária,
causando prejuízos incalculáveis para a população (Pró-Moradia, Orçamento
Participativo 98 e 99), destacando também a frustração da comunidade que foi
diretamente prejudicada por interesses de poucos.
Mais
uma vez a comunidade mostrou a sua capacidade de organização, acreditando na
eficiência da Justiça, defendendo-se de um processo que julgava injusto e
baseando-se nos instrumentos legais da concessão do direito real de uso e nos
direitos constitucionais, acionou advogados (ACESSO, Consultoria Jurídica) para
representar os seus interesses. O Poder Público Municipal também fez sua
defesa.
Em
28 de abril deste ano, julgada a ação, conquistamos, por totalidade, a votação
a nosso favor. Assim, depois dos trâmites ficaram liberadas as obras de
urbanização e regularização fundiária da Vila Jardim. Esta conquista não foi só
da comunidade da Vila Jardim e, sim, do povo da Cidade de Porto Alegre, de
todos os lutadores que, inconformados com as injustiças sociais, buscam sua
cidadania.
Queremos
deixar o nosso agradecimento ao DEMHAB, sua equipe, à arquiteta Mara Acioli; ao
CAMP que nos assessora há mais de 5 anos; ao ACESSO, Dr. Jaques Alfonsin e Dra.
Betânia Alfonsin e sua equipe e aos Vereadores da Câmara Municipal que, em
1996, aprovaram o Projeto de desafetação das áreas; ao Jovem Marcelo Kurath
Silva que escreveu a história da Vila Jardim e a todas as pessoas que, de uma
maneira ou de outra, ajudaram nesta luta.
Queremos,
de hoje em diante, contar com a colaboração desta Casa em todas as nossas
lutas, não só da Vila Jardim, mas de toda a Cidade.
Quero
dizer aos senhores que o elemento intelectual sabe e entende tudo, mas não
sente. O elemento popular não sabe nem entende nada, mas sente, e como sente!
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Convido a Sra. Lady Cristo de Souza para
sentar-se à Mesa dos trabalhos.
Saudamos
a presença do ex-Deputado Selvino Heck, que participou da primeira Bancada do
Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa. Ele acompanha a Associação
dos Moradores da Divina Providência.
Alguma
Liderança deseja manifestar-se sobre o tema colocado no período da Tribuna
Popular?
Não havendo quem queira
falar, vamos suspender os trabalhos para que os Srs. Vereadores possam
despedir-se da Sra. Lady Cristo de Souza e demais membros da Associação que
participaram da Tribuna Popular de hoje.
(Suspendem-se
os trabalhos às 9h36min)
O SR. PRESIDENTE (às 9h37min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos
à
PAUTA ESPECIAL
(06 oradores/10 minutos/com apartes)
2ª SESSÃO
PROC.
1837/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/99, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2000 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 05.
O SR. PRESIDENTE: Damos continuidade hoje à Pauta
Especial, discutindo a LDO. Em discussão. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra.
O
Ver. Cláudio Sebenelo foi quem propôs a alteração da Resolução. Nesse período
era possível a intervenção de quatro Vereadores, por quinze minutos, mas, com a
alteração que entrou em vigor, a partir da Sessão passada, há possibilidade de
seis inscrições, por 10 minutos. O Ver. Cláudio Sebenelo já auxiliou a Mesa no início
dos trabalhos, na verificação de quórum, e é o primeiro Vereador inscrito na
Sessão de Pauta Especial. Estou dando um pouco de tempo para dar oportunidade
de o Vereador comparecer à tribuna.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Pergunto a V. Exa.: se o Ver. Cláudio
Sebenelo chegar, ainda poderá manifestar-se?
O SR. PRESIDENTE: O critério é o mesmo da Pauta normal. Se
o Vereador for chamado e não estiver presente, passa para o Vereador seguinte.
O
Ver. João Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
estamos discutindo, neste momento, a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o
último ano deste século, o ano 2000.
Na
discussão anterior, eu havia trazido ao conhecimento da Casa uma Emenda que
fiz, repetindo o que já está na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de
1999, que se fizesse um Laboratório Farmacêutico de Porto Alegre para atender
municipários e a população menos aquinhoada. Mostrei com uma reportagem, muito
interessante, do jornal Zero Hora, Caderno Vida, o quanto representa em
economia para o Município - e Municípios do Interior estão fazendo isso - a
farmácia de manipulação, já que no Estado o LAFERGS diminuiu também a sua
produção de remédios. O Município fala que não tem recursos para fazer o bom
atendimento da saúde nos seus postos por falta de remédios; os funcionários, ao
serem atendidos no ambulatório, já pedem que não lhes dêem receita, porque não
têm dinheiro para comprar remédio. O Município poderia atender a todos.
Todos
os anos o Município repete, integralmente - até a mensagem é a mesma para não
perder tempo -, que nos orçamentos da Administração Direta e Indireta constarão
as seguintes autorizações: abertura de créditos suplementares até o limite de
10% do total da despesa autorizada. O Executivo já faz isso para que Vereadores
façam uma emenda reduzindo os 10% para 5%. Na verdade, deveria ser zero por
cento porque a inflação não chegou a 5% no ano anterior - ano anterior que
trazia na autorização para o Executivo de gastar até 1,2% do orçamento em
publicidade. Este ano, estou propondo 0,5%. Por que penso que não deveria se
permitir que suplementações fossem feitas sem autorização legislativa? No dia
cinco de março deste ano, o Executivo que havia colocado na proposta
orçamentária 0,7% do orçamento para gastos publicitários - e que gastou ninguém
sabe quanto, mas que não foi 0,7%, em absoluto - no dia cinco de março deste
ano suplementava verbas com data de 31 de dezembro para pagar publicidade, mas
somando tudo, o que estava autorizado na proposta orçamentária e o que se
suplementou no dia cinco de março, não dava para pagar aquilo que o Município
gastou no ano passado. Só no “Cidade Viva”, numa primeira etapa, gastaram mais
de cinco milhões e meio.
Assim,
estamos colocando 0,5% e dizendo que se espera que o Município seja mais claro,
mais preciso na apresentação da documentação para que esta Casa analise,
diferente do que está fazendo no Estado, quando retirou dos computadores, da
Internet, os dados da Secretaria da Fazenda do Estado. E o Secretário da
Fazenda do Estado, antes de assumir, só queria saber do fluxo de caixa. E isso
eu peço há dois anos, está escrito na Lei Orgânica, e não é cumprido.
Eu
também estou fazendo uma Emenda para que se estabeleça isonomia de vencimentos
para todos os servidores municipais. Eu não inventei. Está escrito na Lei
Orgânica. Eu só quero que seja cumprida.
Outra
Emenda é proposição do Prefeito, para que o ingresso de servidores no Município
se faça através de concurso e cartas-contrato, ou seja, na forma da Lei nº
86/66 e da Lei Municipal que a repete. O art. 13 diz que a admissão de
servidores na administração pública municipal será efetivada conforme o que
dispõe o art. 19 da Lei Orgânica Municipal: por concurso.
Carta-contrato
em Lei Municipal, até 120 dias em caso de emergência e em caso de calamidade
pública. Mas emergência e calamidade pública se decretam. A Lei Municipal diz
que nesses casos, até 120 dias improrrogáveis, pode decretar emergência e
calamidade pública e fazer a contratação.
Há
poucos dias eu trouxe e mostrei nesta tribuna um médico contratado seis vezes e
vários médicos e enfermeiros contratados três, quatro, cinco vezes por
carta-contrato; e até havendo auxiliares de enfermagem concursados, são
chamados para cartas-contrato. Por quê? Não sei! No caso de médico, até sei, o
segundo colocado está no Canadá fazendo um curso, se chamam o terceiro ele
passa para o fim da fila. Como ele tem amigos dentro do reinado, o terceiro
colocado não é chamado, mas já fez duas cartas-contrato.
Portanto,
quero apenas a simplicidade. Assim como também quero que 13% do orçamento
global da Prefeitura sejam gastos na saúde. Também não inventei, está escrito
na Lei Orgânica, e a Comissão de Justiça, pela sua plenitude, com dois votos do
PT - dos Vereadores João Motta e José Valdir - disse que os 13% se referem à
globalidade do orçamento da Prefeitura.
E
faço mais uma vez o registro: fico contente que a Prefeitura diga na sua
proposta orçamentária que 3,5% das receitas correntes serão os gastos da Câmara
Municipal. Mas coloca, lá, excetuado o SUS. Portanto o SUS é receita corrente,
como despesa corrente é também, como bem declara o Tribunal de Contas do
Estado. Sei até que colocaram os 3,5% para negociar. Um dia eu já usei uma
expressão um pouco pejorativa para o Prefeito, não vou repeti-la, em relação a
essa negociação. Mas o “Serjão” fazia a mesma coisa! Muito obrigado. Saúde e
paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
essa proposta concernente à Lei de Diretrizes Orçamentárias, a par de outras
razões consideráveis que proporcionam de modo sobejo motivos para que nos
debrucemos sobre os problemas de Porto Alegre e para que reflitamos sobre as
questões que preocupam os munícipes, de resto a esta Casa, dentre esses, nós
podemos encontrar no bojo da proposta do Projeto a temática ou o tema
concernente no que diz respeito aos transportes. Eu particularmente entendo que
o tema não deveria receber a denominação exclusiva de transportes; eu entendo
que deveria ser trânsito e transportes, até porque incide sobre a circulação,
sobre o tráfego, sobre o trânsito as razões maiores para que nos preocupemos
pelo universo viário, eis que por razões de circulação é que ocorrem os fatos
mais lamentáveis, mais tristes dentro deste campo. O transporte, sem dúvida, é
algo que preocupa e preocupa sobremodo o porto-alegrense, mas o trânsito, nesse
aspecto é que reside a maior preocupação. Eu entendo que o tema deveria ser
trânsito e transporte, para que nós enfatizássemos, como está enfatizado no
curso das diretrizes esse aspecto concernente ao tráfego.
Mas
há entre as diretrizes oferecidas neste campo temático uma que trata sobre a
ampliação dos transportes coletivos adaptados para pessoas portadoras de
deficiências. Sem dúvida o deficiente deve ser assistido, e bem, no que diz
respeito ao transporte coletivo, e assim tem procedido, à medida do possível, a
Secretaria Municipal dos Transportes, pelo que nós temos visto. Ela procura
encontrar soluções. É verdade que o transporte não nasceu oferecendo condições
boas - não vamos nem falar em ideais - para que tenha acesso e que possa sair
tranqüilamente do ônibus aquele que tem deficiência física - especialmente o
transportado por cadeiras de rodas - mas, aos poucos, o Sistema de Transporte
Coletivo de Porto Alegre vai se ajustando ao deficiente físico.
No
que diz respeito à entrada e saída dos ônibus ou lotações, parece-me que o
idoso ainda não recebeu a devida atenção. Nós temos recebido muitas reclamações
nesse sentido, e devemos chamar a atenção sobre isso. A maioria dos idosos, por
Lei Federal, a partir dos 60 anos de idade, não tem maiores dificuldades com
relação a subir e descer dos ônibus, mas há um número considerável que tem
dificuldades. Por isso nós temos que chamar a atenção. Nós temos que oferecer
uma emenda onde o idoso seja contemplado de modo assinalado. A CARRIS - até
onde estamos informados - deu início a medidas através das quais o idoso pode
subir no ônibus com facilidade. Entretanto, o fato de os cordões de calçadas e
os meios-fios não terem uma altura padronizada, não terem uma configuração
uniforme, prejudicou o degrau colocado para permitir o acesso tranqüilo do
idoso nos ônibus. O lotação - que eu saiba - ainda não apresentou alguma medida
nesse sentido. No corredor novo que se instala na Zona Norte de Porto Alegre já
haverá esse cuidado, de modo a permitir que haja uma altura padrão, uma forma
uniforme das calçadas, dos passeios, permitindo uma conjugação perfeita entre o
degrau do ônibus e o ponto de estacionamento. Eu acredito que, aos poucos,
mesmo em outros locais de Porto Alegre, como na Av. Bento Gonçalves, em outras radiais de Porto Alegre, como
também nas transversais, se promovam obras no sentido de facilitar a entrada e
saída dos idosos nos ônibus. Eu não trato o idoso como alguém carente,
entretanto, temos que dar atenção às pessoas idosas. A maior parte dos idosos
está cheia de saúde, felizmente.
Vejo
o Ver. Pedro Américo Leal entrando na terceira idade, assim como eu, e temos o
prazer e a alegria enorme de verificar - e o Ver. Pedro Américo Leal tem grande
responsabilidade nisto, como preparador físico da academia policial e outras
escolas de Porto Alegre - os grupos de idosos com saúde, com vontade, com
desejo de participação, de expressão inusitadas. Mas há os que têm dificuldades
e para esses temos que dedicar um acesso ao ônibus mais condizente.
Relativamente
a outros aspectos deste tema, que, insisto, chamaria de trânsito e transporte,
devo dizer que não é uma questão apenas de nome, é uma questão de enfoque, de
prevalência, de priorização. Vejo que na minha ótica o trânsito, a circulação,
o tráfego têm que receber já, desde esta documentação, esta normatização, uma
visualização, um enfoque que deixe mais clara a preocupação. É no trânsito que
acontecem as mortes.
Hoje
lamentavelmente o PT tem a infelicidade, o desprazer de registrar a morte de
representantes nacionais seus, e uma morte terrível, porque o ex-Deputado
Otaviano Carvalho estava vendo a morte diante dele e os companheiros nada
podiam fazer, com ele preso nas ferragens também nada podendo fazer, e acabou
morrendo de uma forma cruel. Uma coisa incrível, as pessoas vendo as labaredas,
o carro incendiando, e ele em plena consciência, mas indefeso, desprotegido,
uma morte terrível. É por isto que as mortes no trânsito não têm explicação em
relação a ela.
Eu
sempre dizia quando fazia minha educação para o trânsito, no meu querido e
saudoso DETRAN, naquele DETRAN que era serviço público, e não neste DETRAN que
está comprometido com o sistema de mercantilização do trânsito, que a morte do
trânsito é uma morte inexplicável, não tem cabimento.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Não sei se V. Exa. sabe, a comitiva do Lula teve duas baixas
terríveis nesta madrugada.
O SR. CYRO MARTINI: Foi o ex-Deputado, a assessora de
imprensa e mais um outro ex-Deputado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, acho interessante, de início, fazermos o registro de que neste ano
em todo o processo constituído junto a comunidade para discussão, também, da
Lei de Diretrizes Orçamentárias se evidenciaram alguns avanços que gostaria de
registrar: junto ao Projeto da Lei de Diretrizes que está no anexo, um conjunto
de metas nas áreas da saúde, educação, transporte, organização da Cidade, assistência
social, habitação, intervenção urbana, construídas de forma conjunta com a
comunidade, com os moradores desta Cidade. Acho importante que possamos fazer o
debate sobre estas metas, aprofundar o debate, o que representa a LDO, dizendo
que na área da saúde, no trabalho realizado junto com a comunidade, se
destacou, em primeiro lugar como meta a ser perseguida, como objetivo a ser
consolidado em Porto Alegre, a continuidade do Programa de Saúde da Família.
Hoje nós temos implantados em Porto Alegre trinta Programas de Saúde da Família
e a meta é ampliar esses serviços. Esses programas começaram a ser constituídos
em Porto Alegre em 1997, a partir de uma parceria com o Ministério da Saúde,
com a implantação de seis Programas de Saúde da Família. De lá para cá, apenas
com o orçamento do Município foram implantados mais 24 programas, e hoje Porto
Alegre conta com 30 Programas de Saúde da Família. São serviços semelhantes aos
de um posto de saúde, implantados em áreas de extrema carência da Cidade, com
equipes preparadas para fazer o acompanhamento direto das famílias. Nós
entendemos que ampliar esse serviço é importante e deve receber a valorização
dos Srs. Vereadores.
Outra
meta aqui apresentada na área da saúde diz respeito à descentralização e
expansão dos serviços. Hoje, além dos Programas de Saúde da Família, realizados
em parceria com as comunidades, a Secretaria Municipal da Saúde conta com 85
unidades de saúde descentralizadas nos diversos bairros das 16 regiões da
Cidade. E a proposta apresentada é melhorar essa descentralização, ampliando
ainda mais a rede das unidades básicas do Município. Daí a importância de
valorizarmos esse outro objetivo da LDO.
Eu
gostaria de destacar ainda, dentro do conjunto de metas aqui apresentadas, a
implantação de políticas de saúde específicas nas áreas prioritárias no
atendimento à saúde bucal e ao portador do vírus HIV, e também políticas, pela
proposta de metas que está sendo apresentada aqui, para ampliação desses
serviços.
Gostaria
também de anunciar, Ver. João Bosco Vaz, as principais metas na área da
educação, metas essas, como já disse, discutidas com a comunidade, com
associações de moradores, com os delegados e conselheiros do Orçamento
Participativo. As metas prioritárias, no meu ponto de vista, são: expansão no
atendimento de jovens e adultos no programa de Serviço de Educação a Jovens e
Adultos - SEJA. Esse serviço já está implantado em quase toda rede municipal;
implantação de mais unidades de escola aberta e oficinas para um trabalho
educativo, propondo-se a atender os meninos de rua e aqueles que estão perdendo
o vínculo familiar; a realização de um convênio com entidades do Conselho
Municipal do Direito da Criança e do Adolescente viabilizando a geração de
renda para adolescentes. Essa meta foi destacada, no ano passado, na
Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e nesta Casa já
fizemos amplos e profundos debates sobre essa questão de suma importância nesse
mundo de crise e desemprego. Gostaria de destacar outra questão nessa área: o Movimento
Municipal de Alfabetização, o MOVA. Estamos apresentando como meta a ampliação
desse movimento. Hoje já são mais de duzentas entidades em Porto Alegre que
estão integradas nesse movimento em parceria com a SMED. É um movimento que tem
como objetivo central exterminar o analfabetismo na Cidade de Porto Alegre, e
vem alcançando êxito, visto que o conjunto das 200 entidades e mais as 450
turmas funcionando, hoje, tem um resultado em trabalhos importantes nas
comunidades pobres de Porto Alegre.
Gostaria,
também, de destacar que uma das principais intervenções desta Cidade é a
construção da III Perimetral da Cidade. Perimetral essa que vai ligar a Zona
Norte à Zona Sul. Intervenção essa que passa por um debate e que é apresentada
aqui. Não adianta fazermos só uma intervenção, que se crie um corredor de
ligação de um ponto da Cidade a outro, sem pensarmos um conjunto de
intervenções nas redondezas. Aqui no plano de metas apresentado na LDO, tem um
conjunto de intervenções na área da organização da Cidade que contempla a
intervenção da III Perimetral. O que eu gostaria de destacar: apóio e incentivo
implantação dos centros de bairros; construção e recuperação da rede viária do
entorno desses corredores de centralidade; aumento dos investimentos da
infra-estrutura de iluminação; conservação viária; projeto de redução do
consumo de energia. Então, é um conjunto de intervenções, mas, principalmente,
a III Perimetral que, sem sombra de dúvida, vai ser a intervenção estrutural
mais importante da última década na Cidade de Porto Alegre, porque vai mudar a
relação de circulação na Cidade. A pessoa que vai-se deslocar do Aeroporto para
a Zona Sul não precisará passar pelo Centro da Cidade. Isso está contemplado
aqui na LDO, juntamente com outras metas apresentadas. Vamos continuar esse
debate na semana que vem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, volto a insistir com V.
Exa. com uma Questão de Ordem que já fiz aqui deste microfone.
Os
Vereadores que vão à tribuna discutir a LDO e a Pauta têm que se prender
exatamente ao Projeto.
Os
Vereadores não estão discutindo a LDO, o Ver. Renato Guimarães passou durante
todo o tempo falando sobre o Orçamento Participativo, o qual, não está em
discussão.
Estamos
discutindo uma coisa muito séria, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, após a Questão de Ordem
formulada na Sessão anterior por V. Exa., tive o cuidado de, numa forma mais
minuciosa, ler o processo.
Se
V. Exa. lê-lo também, como já o fez, mas com uma atenção mais especificada,
verá que o próprio Projeto de Lei dispõe e fala sobre o Orçamento
Participativo.
Então,
o entendimento deste Vereador é de que, a exemplo do que ocorreu no ano
passado, não há óbice para qualquer Vereador, com a visão e o viés que assim
entender, em abordar essa questão, eis que a proposta encaminhada a esta Casa
vem imantada por este processo.
Respeito
a posição de V. Exa., é uma opinião de alguém que já foi Presidente da Casa,
por duas vezes, mas esta Presidência entende que não se foge do tema. Além do
que, o Ver. Renato Guimarães abordou uma série de programas que constam dos
anexos encaminhados a esta Casa na questão da LDO.
Eu
gostaria de não continuar com este diálogo, se o Vereador vier a atuar, que seja
breve.
Então,
Ver. Renato Guimarães, solicito que V. Exa. não prolongue este diálogo e eu
mantenho a minha decisão.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Esclarecimento): Sr. Presidente, quero só fazer um
registro de que nós nos pautamos pelo Projeto apresentado e pela LDO.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência entendeu isso.
O SR. RENATO GUIMARÃES: A própria Lei Orgânica do Município diz
que a LDO tem que ser discutida com a comunidade.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Renato Guimarães, eu já defini essa
questão. Entendo que V. Exa. ficou dentro do Projeto, por isso, não procede a
intervenção de V. Exa.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a V. Exa. que
preside a Sessão neste momento, que nós façamos um minuto de silêncio para
registrar o fato triste ocorrido ontem à noite, em que, num acidente de
trânsito muito grave, morreram a jornalista Bete Lima e o ex-Deputado do
Espírito Santo, Otaviano de Carvalho, que eram assessores do Presidente de
Honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
O SR. PRESIDENTE: Defiro o seu requerimento, Ver. Guilherme
Barbosa. Solicito aos Srs. Vereadores, às Sras. Vereadoras, à assistência que
acompanha a Sessão, aos senhores funcionários, que, de pé, façamos uma
homenagem póstuma a essas duas pessoas tão queridas para o Partido dos
Trabalhadores, que vinham cumprindo a sua função de cidadania.
(É
feito um minuto de silêncio.)
O
Ver.Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está em
discussão nesta Pauta Especial a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que vai ser o
balizador para que o Executivo Municipal encaminhe a esta Casa a proposta de
orçamento para o ano 2000, que deverá chegar aqui até o dia 30 de setembro. Nós
teremos dois meses, até 30 de novembro, para aprovar o orçamento do ano 2000
Agora, até para as pessoas que nos acompanham, estamos discutindo as diretrizes
para que o Sr. Prefeito encaminhe essa proposta orçamentária. E é uma lei muito
importante, ela não traz números, no que diz respeito às iniciativas de obras e
serviços, mas baliza programas, iniciativas para a Cidade. E são muitos os
temas de relevância para a vida do Município.
Eu
gostaria de trabalhar com dois assuntos neste período. O primeiro deles diz
respeito à educação, que todos os governos anunciam que será uma prioridade,
mas nem sempre isso acontece, seja em nível estadual, municipal e, muito menos,
nível federal.
Mas
eu posso afirmar, com tranqüilidade e satisfação, que esse é um assunto que as
nossas administrações populares, agora na terceira gestão, têm trabalhado com
carinho enorme, têm feito grandes investimentos e os resultados, inclusive,
avaliado por entidades internacionais, como a UNESCO, são positivos, no que diz
respeito ao nível de aprovação nas nossas escolas municipais. E a queda da
evasão escolar - que é quase sempre um binômio que se apresenta, quando a
qualidade de ensino não é colocada como objetivo a ser alcançado, que é a
repetência e a saída da escola -, isso temos conseguido reduzir permanentemente,
conseguindo um alto índice de aprovação, evitando que as crianças saiam da
escola. Quando a criança começa a ser reprovada, uma, duas, três vezes, começa
a haver uma desmotivação por parte da criança e do adolescente e ele sai da
escola. Temos trabalhado muito com isso, qualificando as nossas escolas e tem
caído muito a repetência e a evasão escolar. Aqui, por exemplo, tem uma meta
que já significa uma questão que hoje se trabalha muito e se avança, mas tem
uma meta a ser determinada pelo nosso Governo no ano que vem, que é a
continuidade da implantação de ambientes informatizados de aprendizagem em
espaço de educação formal e informal.
Portanto,
praticamente, as escolas do Município já estão com um processo de
informatização avançado e pretende a nossa Secretaria continuar com este
processo, para que os nossos alunos estejam ligados, mesmo que a maioria das
nossas escolas sejam do primeiro grau, a este processo que abrange, hoje, todas
as nossas atividades humanas, desde a nossa casa, passando pelo trabalho e até
mesmo nas escolas.
Quero
destacar nesta questão da educação a perspectiva da expansão do atendimento a
jovens e adultos trabalhadores em espaços de educação formal, junto a
movimentos populares, o SEJA, que se liga, também, com o MOVA, que é o
Movimento de Alfabetização de Adultos, cuja meta é reduzir o número de
analfabetos, pois ainda temos em Porto Alegre um índice, comparado com os do
Brasil, um dos mais baixos: cerca de 9% dos nossos adultos sem escolaridade,
sem alfabetização. E a meta, já nesta gestão atual, é tentar reduzir a 2%.
Realmente, não sei qual o índice hoje, e se vamos alcançar este objetivo. Mas o
ideal é que não tenhamos nenhuma pessoa analfabeta, estamos nos aproximando ao
final do Século XX, e ainda ter um cidadão adulto sem possibilidade de ler é um
fato muito negativo.
Embora,
repito, é preciso que em Porto Alegre - não só com o nosso trabalho, é
importante dizer, mas com o trabalho de muitas outras administrações, também -
possamos dizer que trabalhamos muito, e não tenhamos ninguém sem a capacidade
de ler.
Os
jornais e televisões trazem reportagens sobre adultos de 50 ou 60 anos quando
adquirem a capacidade de ler. É como se o mundo mudasse para aquela pessoa,
como se melhorasse enormemente para aquela pessoa, porque ela vai ter outros
acessos, outros avanços, outras perspectivas de enxergar o mundo e poder se
enriquecer mais ainda.
Quero
saudar com muita força, muita importância esta perspectiva da nossa Secretaria
Municipal, de continuar com o trabalho de alfabetização de adultos. O MOVA se
relaciona com as comunidades que absorvem lideranças comunitárias, absorvem
pessoas da própria comunidade que têm um nível de escolaridade mais alto, essas
pessoas são treinadas e passam a reproduzir este grande avanço para o ser humano,
que é capacidade da leitura e da escrita.
Quero
também comentar os aspectos ligados basicamente ao transporte público. Já no 1º
item do Projeto encaminhado pelo Sr. Prefeito Raul Pont a esta Casa diz:
“Priorização das vias de transporte coletivo” e, portanto, melhorando o próprio
transporte coletivo. Os outros itens são exatamente nesse sentido. Em algumas
vezes, desta tribuna, de onde é permitido manifestar-me sobre isso, tenho
afirmado que o trânsito, em qualquer cidade grande no mundo, não tem solução,
se não priorizar ou estiver centrada toda a programação e planejamento, a
partir do transporte público. E a nossa Cidade ainda mantém um dos melhores
trânsitos das capitais brasileiras, com uma velocidade média acima das outras,
e ela tem uma relação de veículo para cidadão que é quase de primeiro mundo,
Ver. Pedro Américo Leal - que me dá a honra de sua atenção. E o Ver. João Dib
me diz que é de primeiro mundo. Nós temos uma relação de 2,1 habitantes por
veículo, e isso é uma relação de primeiro mundo, e nos últimos 30 anos, na
nossa Cidade, o número de veículos aumentou por 20. Então, não há recursos
financeiros do Poder Público, mesmo que contasse ainda com o apoio do Governo
Estadual e Federal, que tem contado algumas vezes, mas de forma restrita, não
haveria capacidade financeira de melhorar as nossas vias numa proporção
semelhante a essa. Agora mesmo a nossa Cidade está fazendo um grande esforço,
que é o esforço de todos os cidadãos, porque, no 2º semestre, serão iniciadas
as obras da III Perimetral. Estamos terminando a ampliação da Av. Assis Brasil,
daqui a pouco começa o novo corredor, na Av. Sertório. Vamos alargar a Av.
Bento Gonçalves, onde já foi alargado um trecho e será alargado outro trecho;
ampliaremos a Av. Manoel Elias, na Zona Leste da Cidade; a Av. Juca Batista
também será ampliada. Temos toda uma programação de ampliação de avenidas na
nossa Cidade que começará daqui a alguns meses. É um investimento grande. Todas
essas obras irão melhorar o trânsito na nossa cidade, mesmo assim não vão
resolver o problema do trânsito na nossa Cidade. Necessariamente, o trânsito da
nossa Cidade, para ser de qualidade, tem que ser centrado, pensado, a partir do
transporte coletivo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maristela Maffei está com a
palavra. Desiste. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos
examinando a LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é, indiscutivelmente,
uma descritiva de metas, de objetivos, de planos, onde se estabelecem, em
diferentes setores da área pública de competência do Município, alguns
balizamentos e intenções.
Mas
quero-me ater à política de pessoal e salarial. Temos sustentado que, em termos
de estrutura salarial, Porto Alegre deixa a desejar. Se tomarmos a estrutura
salarial de Porto Alegre, do Estado, e tomarmos outros referenciais, veremos
que a estrutura salarial de Porto Alegre perdeu-se ao longo do tempo. É
necessário - na minha opinião - que se faça uma restruturação. Não é um simples
aumento, mas uma restruturação, com o propósito de dotar com melhores salários
as diferentes categorias. O que se observa na Lei de Diretrizes Orçamentárias
são programas e metas que não colocam, no centro, essa questão. Basta fazer a
leitura do item “política de pessoal e salário” que iremos constatar que essa
preocupação com a melhoria salarial não existe na Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Devemos
frisar que há dificuldades, que nós todos reconhecemos: a crise econômica, a
ausência de um crescimento, porque sem crescimento não há o que distribuir,
Ver. Pedro Américo Leal. É preciso crescer, e, aí, entram componentes que não
cabe ao Município responder. O crescimento da economia tem quase tudo a ver com
a macropolítica, com a política definida pelo Governo Federal. Evidentemente,
os governos dos estados, pelo seu volume e pela sua competência, passam a ter,
sim, uma co-participação; pelo grau de competência da coisa pública, passam a
ter um grau de participação na direção da economia do País, porque temos uma
Federação onde há, indiscutivelmente, uma co-participação, onde o Estado tem um
papel significativo.
A
educação é outra meta, outro objetivo dentro da LDO. Nós, o PDT, e,
especialmente, o Governador Leonel Brizola, tem uma concepção de educação que é
a da escola de turno integral. É uma revolução. E também é bom que se diga que
depende de fatores de ordem econômica, porque representa uma das grandes
realizações deste País se pudéssemos fazer com que a escola tivesse o papel que
entendemos que deva ter, que é a escola de turno integral - o conhecido CIEP,
CIEM - para onde a criança em idade escolar iria pela manhã e só retornaria à
noitinha. Lá, além de a criança receber a instrução tradicional, teria todo um
processo no campo da alimentação, da higiene, da educação religiosa e
desportiva. Seria uma verdadeira república. Talvez seja uma utopia, mas é o que
achamos que se deve fazer neste País. Essa é a nossa concepção de educação.
Evidentemente
que aqui, nas Diretrizes Orçamentárias, deveria estar apontada a escola de
turno integral. Isso não é descoberta. Alguns países desenvolveram esse modelo
que hoje teria um papel extremamente significativo, porque o maior índice de
delinqüência está situado exatamente na criança, no jovem Mas por que isso?
Fator econômico? Sim. Econômico-social? Sim. Mas, também, a ausência de
instrumentos capazes de construir a criança, de construir o ser humano. A
escola de turno integral teria esse papel construtivo do ser humano: educação,
alimentação, higiene, esportes, convivência na república escolar. Gostaríamos
de ver apontado, mesmo como objetivo e meta. Não podemos fazer um discurso
vazio. É verdade, temos dificuldades de fazer uma escola integral, mas temos
que procurar esse objetivo, temos que, paulatinamente, avançar nessa direção se
quisermos construir uma pátria livre, uma pátria de todos, e essa pátria de
todos, essa pátria livre passa pela criança, pela educação, pela saúde. O turno
integral compreende atendimento médico, alimentação, educação, convivência na
democratização, com o quadro de docentes. Esta é a nossa concepção. Não é
utopia. É possível economicamente, sim; é difícil, reconhecemos, mas deveria
ser um norte, incluído nas Diretrizes Orçamentárias, a ser perseguido, insistentemente,
perseguido.
Em
uma próxima oportunidade, falarei sobre a questão dos transportes, e quando se
fala em transportes, temos que falar na organização da Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antônio Losada está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma
satisfação participar de um debate tão importante como esse proposto pela Lei
de Diretrizes Orçamentárias, que levanta temas importantíssimos do interesse da
população.
É
lamentável que esse debate não nos dê a possibilidade de transportar essa
discussão - o aprofundamento desses temas tão importantes como saúde,
transporte, educação - para o conjunto da população organizada, isto é, nos
centros comunitários, nas associações de bairro, nas igrejas, nos clubes.
Infelizmente, é apenas uma minoria privilegiada que participa desse debate, que
indica os rumos, as decisões que serão tomadas no futuro em relação ao destino
da população.
Nós
vivemos num país capitalista, onde a raiz dos problemas está nos recursos, que
são apropriados, através do lucro, por uma minoria, isso no campo da saúde, da
educação, dos transportes. Assim, nós temos que ir à raiz dos problemas. Os
discursos se fazem de uma maneira paternalista, assistencialista, porque as
decisões são propostas de cima para baixo e não tocam onde estão os recursos
para se alcançarem determinados objetivos, determinadas metas propostas pela
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Desta
forma, as relações no sistema capitalista, por sua própria natureza,
impossibilitam que determinadas saídas sejam encontradas. Por exemplo,
problemas como os da saúde, onde o lucro é colocado em primeiro lugar, e não o
entendimento de tornar saudável um adolescente, um idoso, um trabalhador. Antes
de mais nada, o objetivo é o lucro. Há dificuldade para um leito, há
dificuldade para um exame de melhor qualificação técnica, o SUS não consegue
responder, os convênios são de certa forma uma vergonha, há todo um privilégio
na legislação, mas não cobre um exame acima de cem reais, tem-se que fazer o
exame particular, possibilitando que uma empresa privada acumule lucros em cima
da saúde pública.
Se
examinarmos também a questão da educação, a universidade pública está passando
sérias dificuldades de recursos.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Antônio Losada, V. Exa. falava em saúde e por isso pedi
o aparte. É bom lembrar que a maioria da população não pode adquirir os
remédios. Se a Prefeitura instalasse o seu laboratório farmacêutico muita gente
seria beneficiada, inclusive os servidores municipais. Sou grato.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sem dúvida. Tenho observado as
intervenções com relação à saúde, ao aumento vergonhoso dos medicamentos. Medicamentos
de empresas multinacionais, laboratórios que têm o controle da comercialização,
e também alguns laboratórios nacionais. Sabemos também das dificuldades que
existem para a produção de medicamentos, isso em decorrência dessa concorrência
de, certa forma, desleal, dessa forma de sabotar. Quando o Poder Público tenta
buscar uma solução se depara com toda uma mídia, com um conjunto de forças das
relações capitalistas que dificultam a aquisição de medicamentos.
O
que ocorre hoje no Brasil com medicamentos é uma vergonha. Compra-se um
medicamento, na caixinha há um código de barras e junto a esse código de barras
estão quatro, cinco etiquetas aumentando os preços semanalmente. Não há um
controle.
As
mercadorias dos supermercados precisam ser melhor examinadas, melhor
controladas pelo Poder Público no que diz respeito à higiene, à saúde dessas
mercadorias, principalmente produtos como carnes, verduras. O Poder Público só
terá forças para ter o controle desses produtos, dessa comercialização, dessa
vergonha com os medicamentos, se exatamente as populações, o grosso da
população nas nossas periferias, se apropriarem de debates como este, e não
debates simplesmente elitizados, que passam só por estas Casas Legislativas ou
Secretarias e Ministérios.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exa. passou repentinamente no lampejo por um assunto que está me
preocupando. É exatamente os preços das mercadorias. E os supermercados. Eu
ontem fiz um rancho normal, como sempre faço. E fiquei estatelado diante de um
aumento aproximadamente de 20% a 25%. Acho que as Comissões aqui, respectivas,
do consumidor, deviam averiguar isso. E já não é a primeira vez. Remédios?
Remédios nem se fala, porque são produtos multinacionais de derivados que vem
do exterior. Mas estou preocupado com o consumo da alimentação.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Muito obrigado, Vereador. Então, esta
gama de problemas que são debatidos aqui, nós precisamos aprofundar esse
debate. Mas este debate só terá validade se a população organizada tiver uma
participação direta nesses processos de discussão. O Código de barras por
exemplo, que o Ver. Pedro Américo Leal aqui citou, é um código, uma forma de
controle moderníssima que os supermercados, os grandes estabelecimentos, utilizam.
Só que são formas secretas, a população não tem acesso, porque a população na
sua ânsia, na sua cultura, não vai estar olhando ali naquelas leituras óticas,
que quase que nem existem nos supermercados e nas grandes lojas. Então, você
permanece duas horas dentro de um supermercado ou numa loja dessas, essas
mercadorias, enquanto estão no carrinho, nas suas próprias mãos, podem ser
alteradas duas ou três vezes. Mas os capitalistas não são bestas em fazer
grandes alterações, mas nos produtos alimentícios, aqueles itens de menos
circulação, redes de supermercados no Rio de Janeiro já foram flagradas e
multadas pelo Ministério da Justiça, porque alteravam os preços existentes nas
gôndolas, e aquele que estava contido no Código de barras.
Nós
temos que ter uma responsabilidade maior com este povo que está passando por um
desemprego muito grande, problemas de saúde, de alimentação, problemas
seriíssimos estruturais e conjunturais. Se não houver essa respeitabilidade,
evidentemente, descampar-se-á para a insurreição, para revoltas localizadas e
não haverá o poder da proposta e da alternativa de governabilidade. Serão
rebeliões onde vão ser massacradas populações inocentemente desprevenidas do
ponto de vista militar para estabelecer uma resistência com as forças que vão
propor a legalidade.
Portanto,
o debate da Lei de Diretrizes Orçamentárias é muito importante, mas é
necessário que, na medida do possível, os Vereadores passem este debate para a
população, porque só assim terá validade. Se examinarmos todos os pontos de
debate, veremos que são importantíssimos: transporte, educação, saúde, problema
de geração de renda, geração de emprego, problemas da economia, mas só será
possível se, efetivamente, a população apropriar-se destes processos e temas,
propondo soluções com os Vereadores desta Casa.
Hoje
os municípios brasileiros atravessam problemas seriíssimos de recursos, é
necessário alterar esta relação com o poder do Estado e com o poder da União.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerramos ao período de Pauta Especial.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
1733/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/99, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que
inclui o “Torneio Aberto de Golfe Município de Porto Alegre” no Calendário de
Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC.
1790/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/99, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
denomina Esquina da Comunicação à confluência da Rua Caldas Júnior com a Rua
dos Andradas, no centro de Porto Alegre.
PROC.
1800/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
institui, no âmbito municipal, o Dia Nacional da Polônia.
PROC.
1819/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/99, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa,
que denomina Rua Monteverde um logradouro irregular localizado no Bairro Belém
Velho.
2ª SESSÃO
PROC.
1700/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/99, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que
altera a redação do § 3º do art. 69 da Lei Complementar nº 07, de 07 de
dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de competência do
Município, especialmente alterada pela Lei Complementar nº 209, de 28 de
dezembro de 1989, e dá outras providências. (altera percentual da multa
referente débito para com a Fazenda Pública)
3ª SESSÃO
PROC.
1570/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 051/99, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que
dispõe sobre a colocação do nome do bairro nas placas indicativas de nomes dos
logradouros e equipamentos públicos.
PROC.
1793/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera o
Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, incluíndo § 2º no Art. 152 e
renumerando o Parágrafo único para § 1º. (inscrição para discussão da Pauta)
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver. Cláudio Sebenelo
auxiliou os trabalhos da Mesa Diretora na primeira e segunda chamada de
verificação de quórum, e com certo azar, quando estava inscrito no período de
Pauta Especial, ele, que foi o primeiro Vereador a chegar aqui hoje, não se
encontrava no Plenário, pois foi buscar um material e, infelizmente, este
Presidente teve que cumprir o Regimento. Agora o Vereador está inscrito para
discutir os Projetos que estão em Pauta.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Obrigado pela referência.
Hoje,
na Pauta comum, há dois Projetos de minha autoria. O primeiro, em 3ª Sessão,
dispõe sobre a colocação do nome do bairro nas placas indicativas de nomes dos
logradouros e equipamentos públicos. A Cidade de Porto Alegre tem esta mancha
na sua função de informar. Se as administrações municipais cuidassem desse
aspecto, com muito pouco gasto a mais, conseguiríamos colocar uma placa em cada
esquina das ruas de Porto Alegre, conforme diz a Lei. Mas é impressionante o
número de ruas sem placas em Porto Alegre. É impressionante o número de
esquinas sem placas, sem o nome das ruas, sem condições nenhuma de orientação,
não para as pessoas que vêm de fora, mas para as próprias pessoas desta Cidade,
que não sabem onde se encontram. Mais do que isso: é muito difícil andar na
cidade de Porto Alegre, e nós fizemos uma lei sobre placas de rotas
alternativas em casos de alagamento, pois, anteontem, à noite, saí daqui e
permaneci durante duas horas na Av. Sertório, e na Rua Teixeira Mendes esquina
com José Gertum - e a Lei está publicada, em vigor -, onde morreu aquele menino
no ano passado, não existe uma placa indicando a rota alternativa. Ali têm
avisos sobre a velocidade, em função de uma escola próxima, mas não existe a
placa indicando a rota alternativa, assim como não existem placas com o nome
das ruas.
Já
pedimos diversas providências em relação ao nome de ruas e nunca fomos
atendidos. Como se isso causasse uma imensa despesa, fosse um gasto
insuportável, mas é um gasto mínimo. E não vejo porquê não haver este tipo de
sinalização, tão importante para nós, Vereadores, que denominamos as ruas.
Inclusive com um adendo ao nome, o que culturalmente é importante, indicando
para as pessoas quem foi, por exemplo, Érico Veríssimo, quem foi Aureliano de
Figueiredo Pinto, quem foi Augusto de Carvalho; que foram pessoas importantes
na vida da Cidade, e se a Cidade não foi, as pessoas, que mais serão as Cidades
se elas não tiverem esquinas, botecos, ruas, nomes, becos, logradouros, o que
será a Cidade então?
Peço
inclusive que, anexo ao nome, se ponha o nome do bairro, porque, muitas vezes,
as pessoas não sabem o bairro que estão, e por que não fazer e não se incluir
uma emenda botando o número do código de endereçamento postal da rua. Seria uma
coisa ótima. E nós não conseguimos...
O Sr. João Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Para acrescentar, Ver. Cláudio Sebenelo, tem uma lei nesta Casa,
Projeto de minha autoria, que é Lei vigente, que tem que ser colocado nas
placas de endereço de Porto Alegre o código postal, o CEP. E a Prefeitura está
cumprindo, está renovando, fazendo o que pode, principalmente nas novas ruas. É
um Projeto deste Vereador.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Meus parabéns, Vereador, pelo Projeto, é
extremamente competente.
No
entanto, por exemplo, nós não vemos nenhuma placa com o CEP. Fica para outra
vez a consideração que faria sobre a “Esquina das Comunicações”, em Porto
Alegre, assim como temos a “Esquina Democrática,” para o cruzamento da Rua dos
Andradas com a Caldas Júnior. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, leis,
leis e mais leis! Talvez se fizesse necessária e urgente a consolidação das
leis do Município de Porto Alegre, até para que os Vereadores possam entender o
que já existe de lei, o que precisa ser feito, o que precisa ser modificado,
mas, sobretudo, para que a população possa se orientar perante a Legislação
Municipal. E para isso, quando eu estive na Prefeitura, nós criamos o Projeto
SIREL, para que pudesse se consolidar a legislação existente.
Hoje,
em 1ª Sessão, o Vereador Juarez Pinheiro pretende incluir o “Torneio Aberto de
Golfe do Município de Porto Alegre” no calendário de eventos oficiais da
Cidade. Quem lê a ementa, passa a pensar que é o torneio já existente. Na
verdade, o Vereador Juarez Pinheiro tenta popularizar o esporte do golfe, que é
restrito a algumas pessoas da nossa Cidade, criando junto a um clube de golfe
de Belém Novo um torneio aberto. Só que o torneio aberto já existe na Cidade de
Porto Alegre e nós não podemos ter uma dualidade. Talvez tenha que ter um outro
nome ou uma outra forma de apresentação.
O
Vereador Cláudio Sebenelo denomina Esquina da Comunicação a confluência da Rua
Caldas Júnior com a Rua dos Andradas, no Centro de Porto Alegre. É meritória a
iniciativa do Vereador Cláudio Sebenelo, porque ali está o Museu Hipólito da
Costa, ali funcionou a imprensa oficial, ali funcionou um dos mais antigos
jornais que Porto Alegre teve, que foi A Federação. Tem ainda o jornal mais
antigo do Rio Grande do Sul que é o Correio do Povo, onde está também o Estúdio
Cristal, da Rádio Guaíba, que atrai diariamente muitas pessoas para que possam
ver aqueles que debatem. Portanto, sem dúvida nenhuma, a denominação Esquina da
Comunicação está bem colocada.
O
Projeto de Lei do Vereador Cláudio Sebenelo, que dispõe sobre a colocação de
nome do bairro nas placas indicativas de nomes de logradouros e equipamentos
públicos, precisa ser bem lembrado pela municipalidade. O Vereador Pedro
Américo Leal chamou a atenção que, de repente, os bairros trocam de nome, e aí
teríamos que trocar as placas. Eu acho que isso deve ser pensado. Mas o que é
preciso, o que é indispensável, o que é inadiável é a colocação de placas nas
esquinas de nossa cidade, indicando o nome dos nossos logradouros, e isso não
tem sido feito. Já foi, e é obrigação da Prefeitura Municipal, que não a
cumpre. Dirão que um dia o Ver. João Dib foi Prefeito e também não cumpriu. Eu
não coloquei em todas as ruas, mas coloquei em muitas ruas placas
denominativas, apenas não tinha o dinheiro que a Prefeitura tem hoje.
A
própria administração do Partido dos Trabalhadores, quando relata os últimos
vinte anos, mostra que os três anos em que a Prefeitura teve menos recursos foi
em 1983, 1984 e 1985, e eu administrei bem a escassez.
Coloquei,
em 1995, um Projeto de Lei para denominação dos logradouros públicos e coloquei
verba no Orçamento e o Prefeito sancionou as duas. Em 1995, sobraram R$ 10
milhões, mas as placas não foram colocadas. No ano passado, sobraram R$ 24,5
milhões e as placas também não foram colocadas.
Então,
antes de fazer o Projeto de Lei do Ver. Cláudio Sebenelo, que é justo e
correto, teríamos que colocar as placas nas ruas da Cidade com o dinheiro que
sobra na Prefeitura. E a Prefeitura ainda quer, sem dúvida nenhuma, aumentar o
IPTU, porque foi a única proposição que o Prefeito trouxe, quando entregou as
contas do ano que passou para a Câmara Municipal na forma da Lei Orgânica.
Encerro,
Sr. Presidente, dizendo que concordo com o Ver. Fernando Záchia, quando
pretende diminuir o valor das multas, que são exageras para uma inflação de 5%
e a Prefeitura cobra 15% de multa. O Dr. Zeca Morais cobrava 10% de multa e
mais 1% de juros ao mês. Saúde e paz. Muito obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Eliseu Sabino): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos
sabem, nesta Casa, da minha relação fraterna com o Ver. João Dib, e também das
nossas discordâncias em questões fundamentais.
O
Ver. João Dib, quando aprovamos aqui a Lei da fila dos bancos, disse que o
Projeto de Lei era desnecessário. O Projeto de Lei está na Internet e está
sendo copiado em todas as capitais do País. A notícia de hoje, em Belo
Horizonte, diz que lá foi adaptada a Lei de Porto Alegre, onde são apenas 15
minutos de espera, e não 30 minutos.
Quando
incluímos a Festa de Santo Antônio no Calendário Oficial, houve críticas
também, talvez desnecessárias, mas a Festa cresceu de uma forma impressionante.
Minha
mãe e meu pai eram torneiros mecânicos. Meus pais moravam em Canoas e para se
deslocarem até a empresa onde trabalhavam precisavam vir de trem. E a firma -
que o Ver. Pedro Américo Leal conhece muito bem - que é a Taurus, mudou o seu
endereço da Rua Câncio Gomes para a Av. Estrada do Forte e, por esse motivo,
meu pai passou a ter a necessidade de pegar duas conduções: vinha de trem até a
Estação Ferroviária da Pestana e depois pegava um segundo ônibus. Isso era
muito oneroso e a minha família não tinha como sustentar, porque eram duas
passagens a mais. Nos deslocamos, então, para o bairro Passo D’Areia, e
passamos a morar ao lado do Country Club, onde existia o único campo de golfe
na Cidade de Porto Alegre. Ali pude constatar algumas questões: era um esporte,
aqui em Porto Alegre, extremamente elitizante e, Ver. João Dib, inclusive tive
que fugir de alguns tiros de sal, porque ousava fazer um taco de madeira de
forma artesanal e jogar golfe. Assistia, extasiado, a Elizabeth Nickhorn jogar,
Mário Gonzales, grandes atletas do golfe da América Latina. A Elizabeth até
hoje joga e é a número 1 no ranking da Cidade. Aquele sonho ficou na minha
cabeça.
Pois
agora, enquanto Vereador, tive o prazer de conhecer um dos maiores
empreendimentos que existem nesta Cidade: um campo de golfe com em torno de 60
hectares, localizado no Bairro Belém Novo, cujo objetivo é fazer como é na
Suécia, onde até os motoristas de ônibus levam os tacos junto a si e, quando
estacionam os ônibus na garagem, vão ter o seu lazer. Porque o lazer, o esporte
e a felicidade, Ver. João Dib não podem ser privilégio de meia dúzia de
pessoas; todos tem que ter acesso à felicidade e aos valores sociais.
Eu
não tenho nenhum pejo em vir aqui para trazer essa proposta, pois trata-se de
uma iniciativa da maior importância a realizar-se no Bairro Belém Novo, cujo
objetivo é a popularização do jogo de golfe.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Juarez Pinheiro, eu retribuo a amizade, porque ela é
verdadeira. Eu quero dizer a V. Exa. que eu não tenho nada contra a
popularização do golfe; eu só disse que talvez deva ser dada outra denominação
ao torneio, porque existe o Torneio Aberto de Golfe em Porto Alegre, que é
oficial.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Pois, Ver. João Dib, esse Torneio Aberto
não existia. A partir do momento em que esse clube elitizante soube da
iniciativa deste Vereador, fez o torneio aberto não-oficial Cidade de Porto
Alegre. V. Exa. precisa ler melhor qual é o título do torneio.
Eu
quero chamar a atenção para esse empreendimento de nossa Cidade, que aproveita
os quase sessenta hectares de um “pulmão verde” em Belém Novo, que se tornarão
cento e vinte hectares; um clube que abrigará pessoas que não têm renda
considerada alta e possibilitará que qualquer pessoa que queira conhecer esse
esporte - que não exige idade, pois o que interessa é a habilidade - possa
praticá-lo.
O
torneio já existe, está sendo oficializado e poderá, com isso, fazer com que a
Cidade de Porto Alegre, que tem uma característica diversa na questão do
turismo, possa, divulgando o campeonato, oportunizar que pessoas que participam
de congressos e seminários em nossa Cidade, e que praticam esse esporte, possam
conjugar a sua vinda à Cidade com a participação nesse torneio.
Nós
estamos absolutamente tranqüilos no entendimento de que o golfe é um esporte
saudável, um esporte que pode ser praticado por homens, mulheres, crianças; um
esporte que tem a interação do homem com a natureza.
Quero,
encerrando minha manifestação, saudar a iniciativa da Direção do Belém Novo
Golfe Clube, que populariza o jogo de golfe, a exemplo de Buenos Aires, que tem
centenas de campos de golfe, a exemplo de outros países da América Latina e,
principalmente, de países europeus, onde qualquer pessoa, mesmo de baixa renda,
pode praticar esse esporte. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Cyro Martini está com a palavra
para discutir.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
apraz-me, sobremodo, ascender a esta tribuna para, em nova oportunidade, tecer
alguns comentários acerca dos projetos que se encontram em discussão de Pauta.
O
Projeto que hoje me chamou a atenção diz respeito à colocação do nome do bairro
nas placas indicativas de nomes dos logradouros e equipamentos públicos do
Município, Projeto esse da alçada do ilustre e operoso Ver. Cláudio Sebenelo.
Por
que me chamou a atenção? Por causa do nome posto nas placas indicativas dos
nomes de logradouros em Porto Alegre? Não! Me chamou a atenção por razões de ordem
histórica que me preocupam, sobremodo, há muito tempo. Nós, porto-alegrenses,
naturais de Porto Alegre, que nos criamos andando dependurados pelos bondes de
Porto Alegre, temos um sentimento muito caro pela formação histórica da nossa
Cidade e pelos seus núcleos.
Por
isso, quanto a essa proposição, eu tenho uma observação a colocar, não apenas
ao Ver. Cláudio Sebenelo que, atento como sempre, ouve a minha explanação mas,
de resto, a esta Casa e ao público em geral. Se realmente se efetivarem as
placas, muitos moradores de Porto Alegre surpreender-se-ão com os nomes dos
seus bairros. Os moradores da Intercap, por exemplo, terão - dizendo, agora, de
modo irônico - o prazer e a alegria de saber que moram no Bairro Partenon, e
não como eles querem, no Bairro Intercap; os moradores da Vila São José saberão
que moram no Bairro São José; os das Vila João Pessoa, que o bairro deles é
Bairro João Pessoa; os da Coronel Aparício Borges, onde mora o ilustre Ver.
Luiz Braz, saberão que o bairro deles se chama Bairro Aparício Borges, em
homenagem ao batalhador do Buri, Comandante das tropas brigadianas em São
Paulo, na Revolução de 32, Coronel Aparício Borges. Eles ficarão surpresos,
como aqueles do meu tempo, lá, onde é o berço do Partenon, em cima do morro
hoje chamado de Santo Antônio, também ficarão surpresos ao se darem conta que,
efetivamente, o bairro deles, ali, na Sociedade Espírita Caminho da Luz, nas
antigas instalações do Grupo Escolar, é o Bairro Santo Antônio, e não como
insistem em dizer, o Partenon.
Talvez
essas colocações sejam motivo para que se recuperem os antigos territórios dos
bairros porto-alegrenses, como Glória, Partenon, Teresópolis.
O Sr. Antônio Losada: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Este Projeto que tramita na Casa, que estabelece uma nova divisão
dos bairros e também trata da denominação, é um projeto que foi, também,
debatido nas comunidades, já que a divisão anterior dos bairros era imaginária,
não tinha uma determinação. Então, a sua preocupação em colocar placas com
nomes das ruas e dos bairros, efetivamente, ajuda e colabora.
O SR. CYRO MARTINI: Só que o Projeto é do Ver. Cláudio
Sebenelo, e não diz respeito ao território dos bairros, e sim à colocação de
placas, dizendo onde se encontram os bairros.
Agora,
esta proposição que está em curso, também tenho minhas restrições com relação à
nova distribuição de territórios dos novos bairros.
Então,
me satisfaz muito discutir esta questão sobre os bairros, pois me preocupa
sobremodo, porque parece que a história de Porto Alegre está sendo prejudicada.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra. Desiste.
Com
a palavra o Ver. Elói Guimarães para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em Pauta
Projeto de autoria do Ver. Cláudio
Sebenelo, que denomina Esquina da Comunicação a confluência da Rua Caldas
Júnior com a Rua dos Andradas, no Cento de Porto alegre.
Eu
acho que o Ver. Cláudio Sebenelo, para usar aqui a linguagem desportiva, fez um
gol de placa. Eu vou dizer por quê. A história do Rio Grande do Sul, a sua
história política, econômica e social passa, inquestionavelmente, por aquela
área, por aquele sítio, pelo “Correio do Povo”. A importância do “Correio do
Povo”, a importância desse ramo da comunicação social para o desenvolvimento do
Rio Grande do Sul, é extremamente significativo. E chamar a atenção para aquele
local, para aquela esquina, é uma idéia extremamente rica, fértil.
Uma
das figura que vamos aproveitar para destacar, que foi outro dia comentada pelo
Ver. Lauro Hagemann, é o Dr. Breno Caldas, que está dentro desse processo do
qual foi uma das figuras notáveis. Na minha opinião, o Estado e a Cidade devem
um grande ato, uma grande homenagem àquela figura, que, na direção dos meios de
comunicação da Caldas Júnior prestou importantes serviços ao nosso Estado. Como
lamentamos quando o “Correio do Povo” teve aquele baque há alguns anos! Eu tive
a oportunidade de solicitar uma Sessão aqui na Câmara, com a presença do Dr.
Breno Caldas, quando o “Correio” havia parado, por dias, de circular. Pela
importância que o “Correio” representou - e continua representando - para o
Estado e para o País, aquela Sessão se tornou profundamente sentimental.
Vossa
Excelência está de parabéns! Isso é fazer história, e boa história, pois
resgata valores quando, para a posteridade, ali se colocará “Esquina das
Comunicações”.
Peço
autorização a V. Exa., pois quero propor uma emenda, inclusive pode ser
subscrita por V. Exa.: eu sugiro que a placa denominativa contenha abaixo do
nome os seguintes dizeres: “Correio do Povo, marco da comunicação.”
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) A minha idéia era colocar “Esquina do Povo”, assim como temos a
“Esquina Democrática”. O problema é que ali defronte, além do “Correio do
Povo”, havia a “Folha da Tarde”, “Folha Esportiva”, “Folha da Manhã”, e, na
frente, o “Diário Oficial”. Ali, onde era o “Diário Oficial”, hoje Museu
Hypólito da Costa, era a Federação do Júlio de Castilhos, inesquecível jornal
de grande força política no início deste século. Esse conjunto, mais o “Estúdio
de Cristal”, vão formar a “Esquina das Comunicações”, que é um orgulho para
Porto Alegre.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
trata-se de um grande Projeto. E destaco aqui o “Correio do Povo”, que foi uma
alavanca, principalmente no desenvolvimento agropecuário do Rio Grande do Sul,
porque prestou um inestimável serviço a esse setor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
permanecido em silêncio quanto ao procedimento e às investidas do Poder
Executivo sobre o Congresso. Não tenho criticado as equipes econômicas do
Governo Federal porque não costumo, sobre a vitória das minhas idéias, colher
frutos. Ficou evidente que o Governo Federal fazia do Congresso o que queria.
Eu sempre disse isso aqui, em tribuna. O meu amigo Ver. João Dib se continha, e
me continha, certas vezes, quando eu queria vir à tribuna um pouco mais
acirradamente. O que manda a União, o que manda o Poder Executivo para o
Congresso, o Congresso apóia. É uma vergonha! Só sai CPI em que o Presidente da
República dá o seu beneplácito! Todos sabem disso! Não foi vitoriosa a CPI,
digamos, da apuração, a respeito da compra de votos, e uma série de outras CPIs
que eu não vou enumerar aqui. E se eu não falava mais, era em respeito aos meus
amigos do PSDB. Eu conto com muitos amigos lá. Sentia-me constrangido em vir à
tribuna para apontar erros. Como eu poderia apontar erros se tenho amigos
Vereadores do PSDB, sinceros, batalhadores, que buscam amenizar todas as
barafundas que faz o Presidente da República? A última, que eu falei aqui, foi
sobre a criação do Ministério da Defesa. O que eu disse, o que previ, está
sendo anunciado pelo Sr. Élcio Alvares, ou seja, as Formas Armadas vão ser
empregadas no combate ao narcotráfico. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Pedro Américo Leal, interrompo o
discurso de V. Exa. porque vi que V. Exa. parou, solicitando a intervenção
desta Presidência. Quero pedir que os Senhores Vereadores não utilizem telefone
celular neste Plenário.
Informo
a V. Exa. que não o interrompi antes, porque entendi que seria pior o prejuízo
de interrompê-lo do que alertar o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Até parece que o Ver. Isaac Ainhorn está
a serviço da União, porque interrompeu o orador, que fazia críticas. Nem o Ver.
Antonio Hohlfeldt que é Líder do PSDB, conseguiria isso, mas o Ver. Isaac
Ainhorn conseguiu.
As
Forças Armadas serão utilizadas no combate ao narcotráfico. O que eu dizia para
V. Exas. aqui? O que eu combatia, através das equipes econômicas? Não era um
fracasso? Não mudamos a âncora cambial? Não devemos quatrocentos bilhões de
reais de dívida interna e duzentos e tantos bilhões de dívida externa, quase o
PIB? Eu permaneci calado. Por que vou ferir os meus colegas do PSDB? Eu os amo.
Não sinto satisfação em fazer isso. Permaneci calado. Mas agora vejo as minhas
Forças Armadas serem engajadas no combate ao narcotráfico, a comando dos
Estados Unidos, não tenho dúvida alguma, do Secretário de Defesa Sr. William
Cohen. Onde estão os generais do Brasil, que não reagem, que não dizem nada,
que não se impõem? Eles vão, a toque de caixa, fazer o que os americanos
querem. É muito triste isso, transformarem-se as Forças Armadas em
capitães-do-mato, sem nenhuma reação por parte delas! Eu não sei o que vou
dizer! Nem sei se venho à tribuna. Vir para quê? Para falar? Ora, é o que eu
posso fazer. Sou Poder Legislativo! V. Exas. também fazem o que faço,
apresentam razões, ponderações e até protestos, mas não passam disso.
É
com grande pesar que vejo que o Secretário de Defesa dos Estados Unidos dá as
diretrizes para que se siga no Brasil o combate do narcotráfico, aplicando-se
às Forças Armadas brasileiras. Estou esperando a reação delas! Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao
final do discurso do Ver. Pedro Américo Leal, acabamos de assistir o exemplo da
incongruência entre o discurso e a prática. O aplauso dos Vereadores do PT é a
coisa mais incongruente que eu já vi nos últimos anos nesta Casa, porque
exatamente a proposta do Presidente da República, da unificação e do
encaminhamento desse Ministério da Defesa, é uma reivindicação histórica das
esquerdas, representadas fundamentalmente pelo PT. Agora, porque foi o Fernando
Henrique Cardoso, o PT é contra. O Ver. Pedro Américo Leal é absolutamente
coerente com a posição dele. Respeitosamente, discordo dele, mas respeito, e
acho que a nossa amizade não vai ser manchada ou diminuída pela sua posição
contrária. Agora, a incongruência da nossa Bancada Petista de aplaudir o
discurso que critica essa medida é fantástica; é histórica porque toda a vida a
esquerda defendeu isso. Toda a vida eu ouvi isso. Aliás, vou me dar ao luxo de
buscar nos meus arquivos os discursos do Dep. José Genuíno a favor desse
Ministério. Mas, de repente, porque é o Governo PSDB, o PT também é contra. É
fantástico! Fica o registro.
Quero
ocupar a Liderança de hoje para agradecer ao Ver. José Valdir, do PT, pelo
contato que me possibilitou com um conhecido do ator Pedro Wayne, falecido há
dois dias. O ator Pedro Wayne é neto do romancista Pedro Wayne, autor de um dos
romances mais importantes da literatura do Rio Grande do Sul, que é o romance
“Charqueada”. Pedro Wayne, ainda jovem, menos de quarenta anos, vindo de Bagé,
como diz o Ver. João Bosco, lá começou a atuar como ator amador, dentro da
atividade cultural, que na Cidade de Bagé é extremamente forte. Quando o
Pedrinho estreou aqui em Porto Alegre, eu já trabalhava no jornal, já estava
acompanhando o movimento cultural desta Cidade. Chamou a minha atenção aquela
figura magra, alta, uns enormes olhos, vivíssimos, sempre entusiasmado,
brincando com as coisas, tomando iniciativas. E essas coisas da história, da
sorte, do acaso, mas que dizem, significativamente, da vida das pessoas, assim
ele estreava em uma peça que era uma adaptação de um conto do Simões Lopes Neto
- Negrinho do Pastoreio. Nada mais oportuno de alguém que vinha da fronteira,
com a tradição da fronteira, estrear em um espetáculo que falava dos valores do
Rio Grande pêlo duro, do Rio Grande mais tradicional, da cultura de base do
Estado do Rio Grande do Sul.
Ontem,
quase à meia-noite, de repente, um telefonema, uma pessoa que é parente do
Pedrinho Wayne, através do Ver. José Valdir, me avisava da morte do Pedro.
Nunca tive um relacionamento mais íntimo com o Pedro Wayne, mas acompanhei toda
a sua carreira no teatro de Porto Alegre. Ontem, olhava nos meus arquivos e,
por muitas vezes, destaquei o trabalho do Pedro nesta Cidade e destaquei,
sobretudo, a dedicação, a qualidade do trabalho que esse menino fez na nossa
Cidade. Foi em Porto Alegre que Pedro Wayne desenvolveu o principal do seu
trabalho.
Por
isso, quero deixar o registro da nossa tristeza. O teatro é sempre uma opção
muito difícil porque é tantas vezes uma opção marginalizada socialmente. Muitas
vezes, as pessoas não dão valor a essa atividade, mas que, às vezes, propicia
sonhos e emoções tão fortes. Essa foi a opção do Pedro Wayne. Essa foi a opção
do Pedro Wayne, o teatro. No teatro viveu Pedro Wayne até seus últimos dias.
Queria,
então, deixar esse registro e dizer que conversando com essas pessoas que me
contataram ontem, antecipava a vontade, o desejo de deixar, posteriormente, o
nome do Pedro ligado à Cidade de Porto Alegre, através do batismo de uma rua
com o seu nome. Um nome que se duplica no nome do avô, que foi um importante
romancista, autor de um texto, que é esse do romance “Charqueada”, que sempre
que queremos falar do Rio Grande, estudar o Rio Grande do final do século
passado e início deste século, nós precisamos mencionar o Pedro Wayne, avô;
agora, também, precisamos mencionar o Pedro Wayne, neto, que é uma outra
referência do Ernesto Wayne, que é o poeta de Bagé, um dos bons poetas do Rio
Grande do Sul.
É
sempre com tristeza que temos que registrar o passamento de pessoas que
escolhem essas atividades culturais, raras vezes valorizadas na sociedade de um
modo geral, muito especialmente no Brasil e em Porto Alegre.
Quero
fazer esse registro, não só atendendo ao pedido, quanto por uma emoção pessoal
minha. Quero agradecer ao Ver. José Valdir, que me contatou e possibilitou que
o restante da comunicação fosse feita.
Os
meus pêsames, a saudade antecipada do nosso ator Pedro Wayne. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pelo PDT.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, também me associo às homenagens feitas
pelo Ver. Antonio Hohlfeldt ao Pedro Wayne, companheiro de infância e
adolescência em Bagé que ganhou o Rio Grande e o Brasil através da arte.
Venho
à tribuna, porque nesta semana veio à Casa, na Comissão de Finanças, o
Secretário de Turismo do Estado Milton Zuanazzi fazer um debate amplo sobre o
turismo no Estado, em Porto Alegre. Ele falava da sua preocupação sobre a falta
de dados para que o Estado possa, quem sabe, descobrir o perfil do turista que
devemos trazer.
O
Secretário Milton Zuanazzi mostrou dados, não de pesquisas científicas e
oficiais, mas dados dos postos avançados da Secretaria. E apresentava ele, na
oportunidade, um dado projetando que de dezembro de 1998 a março de 1999
quatrocentos e dois mil turistas entraram no Rio Grande do Sul. O que preocupa,
o que nos deixa perplexos é que, desses, apenas setenta e oito mil ficaram onze
dias no Rio Grande do Sul, e aqui deixaram divisas. A grande maioria ficou apenas
2,4 dias. E aí fomos para o debate, lembrando da necessidade de se criar novos
produtos, de se investir. Sabe-se que a pesquisa é cara, mas somente através da
pesquisa científica poderemos identificar o tipo de turista que queremos no Rio
Grande; precisamos também fazer uma pesquisa inversa, Ver. Pedro Américo Leal,
para saber se o que oferecemos é aquilo que o turista quer. Aí o debate andou,
com autoridades do setor de turismo presentes, o Ver. João Motta, o Ver. João
Carlos Nedel.
E
lembrei que tramita nesta Casa um projeto de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. Ele
necessitou fazer um projeto para que o portão central do Mercado Público de
Porto Alegre fosse aberto. Quando chegamos a essa alternativa de ter que fazer
um projeto para que se possa abrir um portão principal do Mercado Público para
que as pessoas e os turistas possam visitá-lo, o turismo não está recebendo o
apoio que merece.
Então
pedi a palavra e coloquei, mais uma vez, a questão que sei que é uma questão
surrada, que é uma questão difícil, que é uma questão amplamente debatida;
debate-se, debate-se e não se chega a lugar nenhum. E eu recoloquei nessa
reunião de Comissão e Finanças a questão, e pedi pelo amor de Deus
flexibilidade por parte da Prefeitura, flexibilidade por parte do Sindicato dos
Comerciários.
Agora
me perdoem. É impossível trazer turistas para Porto Alegre se nos finais de
semana nem o comércio dos “shopping centers” está aberto. Pelo amor de Deus!
Para concluir é preciso o entendimento urgente. O desemprego campeia, as pessoas
que estão empregadas estão ganhando muito mal, é preciso o entendimento do
Sindicato com os patrões, com a Prefeitura intermediando, e a Câmara Municipal,
para que pelo menos possamos ter essa alternativa, senão o turismo não vai para
a frente, com certeza. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Secretário, Srs. e Sras.
Vereadoras, população que nos assiste neste momento. Primeiramente, quero fazer
um rápido comentário sobre as chuvas na Cidade de Porto Alegre. Em especial,
quero deixar registrada a minha preocupação com duas comunidades do Bairro
Sarandi que foram fortemente atingidas. Uma é a comunidade da Vila Dique - o
Ver. Lauro Hagemann, numa ocasião, há três semanas, levantou uma preocupação
sobre aquela comunidade, referente ao Arroio Areia. Aquela comunidade há muitos
anos, Ver. Cláudio Sebenelo, solicita a dragagem daquele valão. Mas até hoje
para a Prefeitura de Porto Alegre isto não é uma prioridade necessária para que
isso ocorra. E os acontecimentos dos alagamentos das chuvas proporcionam que
aquela comunidade esteja lá, neste momento, contando os seus prejuízos; aliás,
prejuízos que já sofrem há muito tempo. Então eles perdem móveis, suas casas
envelhecem por causa da umidade, e o Poder Público Municipal não tem dado
nenhuma ajuda necessária àquela comunidade. Expresso aqui a minha
inconformidade com o Poder Executivo Municipal pelo descaso que trata a grande
comunidade da Vila Dique, pertencente ao Bairro Sarandi.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na Câmara Federal, em Brasília, protocolou-se o
Projeto do Deputado Pompeo de Mattos, do Partido Democrático Trabalhista, que
obriga aos fiscais de trânsito a entregarem a notificação no ato das infrações
ao condutor do veículo. Do meu ponto de vista é agradável e acredito que possa
contribuir com a fiscalização de trânsito na cidade de Porto Alegre. Somos
sabedores dos inúmeros problemas que ocorrem com a fiscalização: as
denúncias, pessoas sendo suspensas dos
seus cargos, enfim, todo esse problema que há tempo preocupa o cidadão que tem
carro, que se desloca pela cidade de Porto Alegre. Pelo Projeto fica proibida a
emissão das multas no perímetro urbano sem que haja a abordagem do condutor,
sem que o condutor assine a notificação, sem que esteja ciente das infrações que ele, assim,
estivesse cometendo no trânsito. Eu acredito que o Projeto possa solucionar em
parte alguns problemas que ocorrem hoje na cidade de Porto Alegre. Muitos
cidadãos ganham multas e, às vezes, não entendem como a receberam. Não falo
aqui dos “pardais”, dos “caetanos”, falo das multas, quando o carro passa por
um fiscal que emite a multa no bloco. O condutor pergunta-se: o que eu fiz para
ganhar essa multa? O Projeto do seu Deputado, Ver. João Bosco Vaz, vem a calhar
na situação da cidade de Porto Alegre, permitirá que o fiscal pare o veículo,
notifique o infrator, que terá que assinar, como era antes na Brigada Militar.
Agora, aquela coisa de anotar a multa no bloco e ninguém assinar nada fica uma
coisa muito esquisita. Isto vai acabar - Ver. Fernando Záchia, V. Exa. que
trata muito deste assunto - com muito da indústria que se montou em Porto
Alegre, que é a indústria das multas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para uma Comunicação de Líder, pelo PTB,
tem a palavra o Ver. Eliseu Sabino.
O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, aproveito este momento, no período de Liderança da minha Bancada,
para inicialmente dizer da minha satisfação por fazer parte desta Casa, de
estar aqui como um dos representantes de um segmento desta sociedade, e
estarmos aqui trabalhando e nos envolvendo com a comunidade em todo o seu
contexto. Hoje gostaria de trazer os meus agradecimentos aos ilustres
Vereadores que, ontem, representaram suas Bancadas na importante Sessão Solene
referente ao Dia do Pastor. Tivemos a oportunidade, ontem, de receber nesta
Casa muitos pastores e pessoas representando o segmento evangélico da nossa
Cidade. Nossos agradecimentos ao Ver. Isaac Ainhorn, ao Ver. Gilberto Batista,
ao Ver. João Carlos Nedel, ao Ver. Pedro Américo Leal, à Vera. Maristela
Maffei, que representaram suas Bancadas e aqui estiveram de maneira digna, trazendo
uma palavra de apoio e incentivo a toda esta comunidade, que tem uma parcela
muito grande da sociedade de Porto Alegre.
Sabendo
que usando esta tribuna não falamos apenas para os colegas que aqui estão, os
nossos Pares, mas falamos também para muitas pessoas que nos assistem,
manifestamos aqui, ainda em comemoração ao Dia do Pastor, através deste período
importante que a minha Bancada, através da Liderança do Ver. Luiz Braz, que me
cede, a nossa congratulação especial ao Pastor-Presidente da Igreja Evangélica
Assembléia de Deus, Presidente de honra da nossa Igreja, que durante cinqüenta
anos atuou como um líder religioso, dentro da nossa comunidade evangélica,
reconhecida por todas as denominações. Trazendo a nossa homenagem especial a
ele, Pastor Nils Taranger e a sua esposa a missionária Mary Taranger e toda a
família Taranger que, no anonimato, evidentemente, talvez sem muita divulgação
dentro do âmbito da mídia e da sociedade, contribuiu muito para o bem-estar da
nossa Cidade, a cidade de Porto Alegre. É verdade que faço, aqui, uma
manifestação fazendo alusão ao nobre Ver. João Antônio Dib, um dos Vereadores
mais antigos desta Casa, que tem um carinho profundo por esta querida família.
Estou de fato feliz porque, vindo para esta Casa, podemos homenagear, com muita
propriedade, como os demais segmentos da sociedade também têm esse privilégio,
este povo que busca de uma maneira especial tratar de uma doença, que é a
doença da alma. A todos os Pastores, de todas as denominações evangélicas, a
todos os líderes evangélicos, este Vereador, nesta Casa, também como um
ministro evangélico, manifesta a sua palavra de congratulação pelo Dia do
Pastor.
A
todo segmento evangélico, a todos que admiram e que contribuem para o bom
andamento dessas comunidades evangélicas, que atuam - como disse - na cura da
alma porque hoje, na verdade, enfrentamos diversas dificuldades, dificuldades
essas que muitas vezes pensamos estar na superfície, mas, na verdade estão no
âmago da família, lá dentro do lar, lá dentro das casas, onde há conflitos
muitas vezes maiores do que aqueles que encontramos pelas ruas da nossa Cidade.
A todo segmento evangélico vai a nossa palavra de agradecimento.
É
importante dizer que o Dia do Pastor, que agora é uma lei aprovada por esta
Casa, certamente, todos os anos será lembrado por esta Casa.
Agradeço
a oportunidade de falar e desejo a bênção de Deus a todos aqueles que têm
respeito e carinho por este segmento e por este Vereador que representa a
comunidade evangélica. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, por
solicitação do Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Casa, nós
queremos divulgar que neste fim de semana, nos dias 11 e 12, estará se
desenrolando nesta Casa um Seminário, intitulado “Globalização e Culturas
Regionais”. Dia 11 de junho, hoje, às 19 horas, será a abertura com uma
apresentação artística cultural, um painel. E continua no sábado, a partir das
9 horas, com o tema “Tradicionalismo: Folclore e Globalização”; e na parte da
tarde será enfocada a questão da “Cultura Gaúcha e Globalização”.
Com
a palavra o Ver. Guilherme Barbosa em Comunicação de Líder.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
cumprimento o Ver. Pedro Américo Leal por sua manifestação ao que se refere à
tristeza, que é dele e é nossa, de ver governos dobrando a espinha e, às vezes,
chegando a lamber a bota do imperialismo, que impõe regras e agora governa o
nosso País através do FMI, entrando já nesta área de organização da segurança nacional.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt - ainda não consegui fazer a defesa do seu Governo -
resolveu nos atacar. Mas é esta a razão que nos une ao Ver. Pedro Américo Leal,
muita coisa nos separa, mas este aspecto tem-nos unido.
Quero,
por outro lado Ver. Antonio Hohlfeldt, elogiar, cumprimentar e registrar a
atitude que teve ontem o nosso ex-Governador Vicente Bogo, que mostrando toda a
sua estatura política, toda a sua grandeza política foi ao Palácio Piratini
cumprimentar o Governador Olívio Dutra pelo seu aniversário. Faço um parêntese
para deixar um abraço e um cumprimento ao nosso Governador pelos seus cinqüenta
e sete anos de muita energia. O ex-Governador Vicente Bogo levou uma cesta de
produtos agrícolas, produzidos pelas cooperativas do nosso Estado, para o
Governador Olívio Dutra, como presente de aniversário. É uma demonstração de
grandeza política do Sr. Vicente Bogo, que, aliás, foi quem transmitiu o cargo.
Ao contrário da triste figura de Antônio Britto, que fugiu do nosso Estado -
como sabemos -, e agora ao retornar teve um chilique num SPA em São Paulo e,
numa entrevista de 13 minutos, falou 15 vezes a palavra ódio. Qualquer
psicólogo, Ver. Pedro Américo Leal, sabe que quando a pessoa projeta no outro,
é porque ela está encharcada de ódio. O Sr. Vicente Bogo, ao contrário, teve
uma atitude altaneira, de grandeza política. Em nome da nossa Bancada, queremos
registrar isto, porque mesmo com as diferenças políticas que temos, é uma
atitude que deve marcar a política do Rio Grande do Sul.
Queremos
dizer também que uma série de fatos ocorridos no Estado e na nossa Cidade nos
deixa - os petistas - muito contentes. Os jornais de hoje dizem que está
fechado o acordo com a empresa Dell Computer Corporation para investimento na
cidade de Alvorada e construção da sua fábrica, que com pouco tempo de
conversação com o nosso Governo, além de investir no seu próprio negócio, vai
investir cerca de 10 milhões de reais em treinamento de pessoas, e em melhorias
para a população do nosso Estado, Ver. Pedro Américo Leal. É assim que se
relaciona, de maneira altaneira, com as empresas privadas, sejam elas nacionais
ou estrangeiras. De tal maneira que a empresa vai investir no Estado e, ainda,
na população deste Estado. Com pouco tempo de conversação nós mantivemos a GM e
economizamos 100 milhões de reais, e a empresa vai continuar investindo. É
assim que se faz uma relação com os empresários, e não dobrando a espinha como
fez o Governo anterior aqui no Estado, e como o Governo Federal continua
fazendo.
Outra
marca importante é o Fórum de Secretários Estaduais de Agricultura, que, de
forma unânime, se dirigiu ao Ministro da Agricultura solicitando que o Governo
federal volte atrás e proíba os produtos transgênicos no País. Essa foi uma
postura firme no nosso Governo, porque isso é contra a população em termos de
saúde, e é contra o País, porque vai-nos deixar completamente dependentes da
empresa Monsanto. O próprio Príncipe Charles disse que jamais um produto dessa
empresa entrará pela sua boca. A Inglaterra é um país de primeiro mundo, e o
Príncipe Charles fez essa declaração.
Quero
também colocar, com alegria, que os jornais de hoje dizem que o Rio Grande do
Sul é o primeiro Estado a fazer repasses à saúde para os municípios, através de
decisão do Conselho Estadual de Saúde. É assim que se trabalha com democracia,
fortalecendo as entidades representativas da sociedade.
Portanto,
estamos muito contentes, apesar da grande dificuldade financeira, temos um
Governo mostrando-se altaneiro e trabalhando, de fato, para a população do Estado
do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
por hábito, nesta tribuna, manifestar-me quase sempre pelas questões de Porto
Alegre, porque, afinal de contas, somos Vereadores de Porto Alegre, mas nunca
perdemos a relação Estadual e Federal.
Se
Porto Alegre não tivesse problemas, se não estivéssemos numa Sessão como a de
hoje, posterior a um grande alagamento que aconteceu em Porto Alegre, do qual,
evidentemente, decorreram alguns problemas; se não estivéssemos com essas
dificuldades na nossa Cidade, do trânsito, como o Ver. Gilberto Batista aqui
manifestava em relação aos fiscais e à própria Casa, através da CEDECON,
fazendo as investigações necessárias para esclarecer o que alguns - e eu me
alio a esses - disseram tratar-se de uma indústria de multas; se não tivéssemos
esses problemas e questões que temos obrigação de tratar de Porto Alegre, eu,
talvez, ficasse um pouco mais atento, como o Ver. Guilherme Barbosa, com muita
competência ficou, em relação às questões do Estado. Ele dizia que o
ex-governador - não vou aqui defender absolutamente ninguém, mas vamos manter o
respeito - teve um chilique, expressão usada pelo Ver. Guilherme Barbosa: “O
ex-governador teve um chilique em São Paulo”. Será, Ver. Guilherme Barbosa, que
a população de Guaíba não teve um chilique com a saída da Ford? Será que essa
população, que está perdendo os seus empregos, não teve um chilique? Só o
Prefeito? O Prefeito não deve representar ninguém. Nós, como participamos de
uma democracia, sabemos que o pensamento do Prefeito representa o pensamento do
povo. Essas pessoas tiveram mais do que um chilique, essas pessoas tiveram suas
esperanças de dias melhores irem abaixo. Quando V. Exa. diz que o seu Partido,
o seu Governo Estadual está tendo a competência que outros não tiveram em
renegociar novas situações, parece que a permanência da Dell Computer se deve ao
Governo do PT. Não se deve, Vera. Maristela Maffei. Nesse erro não podemos
incorrer, porque a opinião, a posição de um Vereador ou uma Vereadora,
obrigatoriamente, tem que ser respeitada pela população. A população entende
que aquela pessoa está preparada para emitir a sua opinião, mas, às vezes, se
constata que, por não ter as informações necessárias, por esse despreparo,
torna-se pública uma informação equivocada.
Ora,
eu lendo aqui na “Gazeta Mercantil” de hoje - certamente V. Exas. também leram
- dá o direito de pensar: “Investimento no Tribunal de Justiça do Estado sobe
para 45 milhões”. Que bom, estamos investindo mais no Tribunal. De 3 milhões e
meio passa para 45 milhões, um dia depois de ser cassada uma liminar. Qual é a
explicação? A reportagem não deu, inclusive a dúvida que este Vereador está
publicamente manifestando, a própria reportagem do jornal também deixa clara
essa dúvida e essa relação, por ser um dia após a cassação da liminar. Por que
será que temos que aumentar de 3 milhões e meio para 45 milhões? Deve ser
aumentado, tudo deve ser aumentado, dentro de uma proporcionalidade de querer
investir mais, mas, treze ou quatorze vezes mais, de um ano para outro? Não,
Ver. Renato Guimarães, é um absurdo!
Mas
a intenção do Ver. Renato Guimarães foi boa, quando ele dizia: “Nós temos que
investigar isso.” “Deve ser investigado isso”. Deve ser investigado, Ver.
Renato Guimarães, só que foi uma decisão do seu Partido, não da Assembléia
Legislativa.
O
Ministério Público, de três milhões e meio, passou para dezesseis milhões. Isso
é importante que seja investigado.
Eu
penso que explicação deve haver, porque outras áreas extremamente decisivas e
importantes do nosso Estado também precisam desses aumentos e desses
investimentos, e não que se deixe a dúvida que essa reportagem está-me
deixando.
Aumentou
quatorze vezes, um dia depois de ser cassada a liminar que se refere ao
Orçamento Participativo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
(encaminhamento: autor e
bancadas/05minutos/sem aparte)
PROC.
3176/97 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera o Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Com
Emendas nºs 01 a 15 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 06.
Parecer:
- da
Comissão Especial: Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do
Projeto e das Emendas nºs 01, 02, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 15 e
Subemenda nº 01 à Emenda nº 06; pela rejeição das Emendas nºs 03 e 14.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,§ 1º, II, da LOM;
- votação nos termos do §
4º do art. 126, do Regimento da CMPA;
- as Emendas nºs 03 e 14,
com parecer contrário, não serão submetidas à votação (art. 55 do Regimento);
- retiradas as Emendas nºs
16 a 19;
- na Sessão Ordinária de 07.06.99, foram
votados e aprovados o Projeto e as Emendas nºs 02, 04 e 05;
- na Sessão Ordinária de
09.06.99, foi votada e aprovada a Emenda nº 01;
- as Emendas nºs 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 15, bem como a Subemenda nº 01 à Emenda nº 06 não foram votadas.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 6 ao Projeto de
Resolução nº 032/97 - Proc. 3176/97. Sras. e Srs. Vereadores, relembro que na
votação das Emendas é possível apenas um encaminhamento por bancada. O Ver.
Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
o que estamos fazendo? Estamos alterando o artigo nº 146 do nosso Regimento. É
preciso não se fazer confusão, pois temos dois instrumentos de trabalho: o
Regimento e a Resolução da Mesa. Ora trabalhamos sobre um, ora trabalhamos
sobre outro. Agora estamos trabalhando sobre o Regimento, precisamente sobre o
artigo nº 146. O que eu fiz? Alterei o artigo nº 146, aumentando em meia hora o
expediente de segundas e quartas-feiras. Os Vereadores podem não aprovar, podem
não gostar, mas aumentei meia hora: em vez de terminar às 18 horas, termina às
18 horas e 30 minutos. Sempre existe a solicitação desnecessária de prorrogação
de tempo e, por isso, fiz essa mudança. Podem não concordar! É a oportunidade é
agora. A minha idéia não foi boa? Não aceitem!
Nessa
Emenda nº 6 faço duas alterações. A outra, é no artigo nº 147, que é
verdadeiramente o objetivo do nosso trabalho, porque queremos colocar as
Comunicações em primeiro lugar, e no afã de conquistar isso e na preocupação
que eu tinha em terminar com a Tribuna Popular, pois penso que ela é
desnecessária num parlamento - não concordam comigo? Discordem! Eu estou
avisando que fiz essas alterações - o que eu fiz? Tirei a Tribuna Popular. E a
Pauta, não sei se foi engolida por mim ou pelo datilógrafo. Mais do que
depressa, o Ver. Guilherme Barbosa, aproveitando esse lapso, e até tendo
conversado comigo, apresentou a Emenda nº 1, em que recompõe a Tribuna Popular,
que eu não queria, e, ao mesmo tempo, coloca as Comunicações em terceiro lugar.
Quer dizer, as Comunicações abrem a Sessão do Plenário. O que interessa é as
Comunicações, aquele complô parlamentar que está sendo constituído, aquela ilha
parlamentar capitaneada não sei se pelo Ver. Reginaldo Pujol ou pelo Ver. Isaac
Ainhorn, mas, de qualquer maneira, acho que é pelo Ver. Isaac Ainhorn, que
sempre tem um comportamento intempestivo neste Plenário. Eu desejo colocar aqui
que as Comunicações conquistam o Plenário. Observem isso. Eu justifico o meu
lapso, mas chamo a atenção...
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu estou explanando a matéria. Aguarde.
O SR. PRESIDENTE: Comunico aos Senhores Vereadores que
estamos em período de encaminhamento, não é possível a concessão de apartes.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, V. Exa. me socorreu e me
livrou de uma “ingentileza”. Mas, quero chamar a atenção de que na minha Emenda
existe uma gafe, um erro - meu ou de quem datilografou a Emenda - pois foi
esquecida a Pauta, o que dificilmente aconteceria. Mas, de qualquer maneira,
temos que aprovar a Emenda advinda deste Vereador e, logo depois, aprovar a
Subemenda do Ver. Guilherme Barbosa. É isso o que deve ser feito. Espero que o
Plenário. não se perca em buscas e protestos. O processo é muito simples:
aprova-se a minha Emenda, com esse absurdo cometido por mim ou pela pessoa que
a datilografou, que é ter-se despojado da Pauta e, logo depois, aprova-se a
Subemenda do Ver. Guilherme Barbosa que, entre todas as virtudes, tem a de
colocar as Comunicações na frente, possibilitando ao Plenário... (Pausa.) Já
está o Ver. Isaac Ainhorn outra vez!
O SR. PRESIDENTE: Vereadores, é natural que as bancadas
precisem fazer conversações, porque estamos mudando o Regimento, o “modus
faciendi” do nosso trabalho do dia-a-dia, mas solicito aos Srs. Vereadores e
aos Líderes de Bancada principalmente, que as conversações sejam feitas de
forma a não prejudicar o orador que está na tribuna. (Pausa.) Srs. Vereadores,
por favor!
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 12h19min)
O SR. PRESIDENTE (às 12h20min): Estão reabertos os trabalhos.
Solicito
que os Vereadores permaneçam em suas tribunas. Que as Lideranças façam as
conversações necessárias, mas que o orador que está na tribuna possa fazer a
sua intervenção com tranqüilidade.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: O Ver. Isaac Ainhorn, em sua última
intervenção, anunciou um dilúvio. Agora não sei o que ele está anunciando no
Plenário, que conturbou completamente a Sessão.
Quero
colocar os fatos de maneira simples: aprovem a Emenda advinda do Ver. Pedro
Américo Leal, com o absurdo de ter sido engolida a Pauta - não sei se por ele
ou pelo datilógrafo - e, logo depois, a Subemenda do Ver. Guilherme Barbosa.
Estão resolvidos os trabalhos, e vamos passar para o estudo de outra matéria.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esclarecemos os Srs. Vereadores que o
período das Comunicações, constante no art. 180 do Regimento, tem a duração de
quarenta minutos, sendo possível a concessão de apartes, com intervenções de
oito minutos, até o máximo de cinco Vereadores. Isso possibilita o que estamos
buscando nas nossas discussões, que é a questão do contraditório.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Indago a V. Exa., para esclarecimento, se
na presente proposta é excluída a Tribuna Popular.
O SR. PRESIDENTE: Aprovadas a Emenda e a Subemenda, é
mantida a Tribuna Popular.
O SR. ISAAC AINHORN: Essa não é uma matéria de Lei Orgânica,
Vereador? Imaginem se porventura seja rejeitada a Subemenda, correríamos o
risco de criar um impasse jurídico.
O SR. PRESIDENTE: Com certeza, não será rejeitada.
O SR. ISAAC AINHORN: Mas V. Exa. não pode ter essa convicção.
O SR. PRESIDENTE: Já respondi a V. Exa. Na oportunidade,
verificaremos.
O
Ver. Décio Schauren está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 06 ao Pr nº
032/97.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
pedir a especial atenção do Ver. Pedro Américo Leal, autor da Emenda nº 6. O
Vereador fez uma série de proposições de alterações importantes no nosso
Regimento, com as quais, a Bancada do PT concorda. Na Emenda nº 6, além de
haver o problema de um erro técnico, porque foi retirada a discussão preliminar
de Pauta, na verdade, a intenção do Ver. Pedro Américo Leal foi retirar a
Tribuna Popular das Sessões de segundas e quartas-feiras.
Quero
dizer que a Tribuna Popular é uma instituição muito cara para nós, Vereadores
desta Casa, e também uma conquista importante das associações comunitárias e
das associações em geral, dos setores que se organizam e que vêm buscar um
espaço para se manifestar nesta Casa.
É
importante frisar que a Tribuna Popular foi instituída quando aprovamos a Lei
Orgânica do Município. A Tribuna Popular ficou instituída nesta Casa, através
do art. 100 da Lei Orgânica, nas Sessões Ordinárias e Extraordinárias. Para
retirarmos o espaço da Tribuna Popular das Sessões Ordinárias e Extraordinárias,
teríamos que alterar a Lei Orgânica do Município e, neste caso, seriam
necessários 22 votos para haver a alteração na Lei Orgânica. Tecnicamente, não
podemos retirar do Regimento um espaço que está previsto na Lei Orgânica.
Friso,
mais uma vez, que a Bancada do PT é contrária à retirada de um espaço, que foi
uma conquista. Estou visualizando o Ver. Isaac Ainhorn, que foi a 22ª
assinatura para aprovarmos a Tribuna Popular na Lei Orgânica. Lembro-me que as
entidades associativas da sociedade de Porto Alegre, as entidades comunitárias,
as entidades sindicais estavam em peso, acompanhando a votação da Lei Orgânica,
inclusive, fomos conquistar o voto do Ver. Isaac Ainhorn, que foi um voto
extremamente importante para que aprovássemos esse espaço.
As
entidades comunitárias e associativas conseguiram, através desse tempo todo,
trazer contribuições extremamente importantes para esta Casa. Esse espaço deve
ser mantido.
Nós
convencionamos colocar na Ordem do Dia os projetos mais importantes nas
segundas e nas quartas-feiras, então, não seria correto, não seria democrático,
de parte desta Casa, retirarmos o espaço de manifestação das comunidades sobre
os projetos que vão estar em votação nas segundas e quartas-feiras. Por isso,
conclamo os Vereadores a aprovarem a Subemenda do Ver. Guilherme Barbosa e da
Vera. Maria do Rosário, hoje Deputada Estadual, que não só restabelece a
discussão preliminar de Pauta, que foi um problema técnico, mas também a
Tribuna Popular.
O
Ver. Pedro Américo Leal já concordou que se aprovasse a Emenda nº 6, mas é
extremamente importante a defesa da Tribuna Popular, que nós devemos manter nas
Sessões Ordinárias e Extraordinárias, porque tem sido um espaço de contribuição
importante da comunidade para esta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos saudar a presença, acompanhando
os trabalhos da nossa Sessão Ordinária de hoje, do Vice-Prefeito de Barão do
Triunfo, Sr. Arno Teifke; do Vice-Prefeito de Arambaré, Sr. Rui Pires Pereira e
do Vereador de Barão do Triunfo, Sr. Odone Klopenburg, todos pertencentes ao
PPB. Sentimo-nos honrados com a sua presença.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Bancada do PTB aproveita a oportunidade para fazer também a sua saudação aos
Vice-Prefeitos e ao Vereador presentes neste Plenário.
Somos
absolutamente favoráveis à Emenda do Ver. Pedro Américo Leal, complementada
pela Subemenda do Ver. Guilherme Barbosa.
Ver.
Pedro Américo Leal, eu chegava a ter algumas dúvidas sobre a Tribuna Popular,
se ela seria ou não eficaz nas nossas Sessões. Mas, através dos tempos, nós
tivemos comprovações, na prática, de que foi um grande acerto nós colocarmos na
Lei Orgânica do Município a participação popular no início de nossas Sessões. É
verdade que existem algumas participações em que a pessoa não representa
absolutamente ninguém na sua comunidade e, muitas vezes, fala em seu próprio
nome. Mas, muitas e muitas vezes, as pessoas vêm e são altamente
representativas e, muitas vezes, como no caso da Quarta Radial, nós já
conseguimos boas intervenções através daquilo que é colocado aqui na Tribuna
Popular.
Aliás,
não sei por que o PT é contra a Tribuna Popular. Porque o PT é que não gosta da
Tribuna Popular, porque nós aprovamos também, Ver. João Dib, lá no art. 100 da
Lei Orgânica do Município, que a Tribuna Popular fosse feita também na
Prefeitura Municipal. Gostamos tanto da Tribuna Popular que a queríamos aqui e
lá também, em frente à Prefeitura Municipal. Até hoje o Prefeito Municipal
jamais permitiu que a Tribuna fosse realizada lá, desrespeitando a Lei Orgânica
do Município.
Aliás,
lembro que o SIMPA tentou fazer uma manifestação na frente da Prefeitura
Municipal e de lá foi retirado. O Prefeito não permitiu, porque o Prefeito não
gosta muito de ouvir o povo, o Prefeito gosta é de utilizar o povo para que,
através dessa utilização do povo como massa de manobra, ele possa atingir seus
objetivos. Nós aqui não; nós estamos absolutamente favoráveis a que a Tribuna
Popular possa continuar em nossas Sessões.
E
penso também que acerta V. Exa. quando coloca o período das Comunicações à
frente da Ordem do Dia. Só que aqui corremos um perigo, eu conversava com o
Ver. Guilherme Barbosa, porque é costumeiro fazermos requerimentos no início
das Sessões tentando inverter a ordem dos trabalhos. E nessa inversão, de
repente, mexemos completamente nessa organização que estamos tentando fazer
através da votação de sua emenda. Creio que deveria haver, por parte de todos
nós, um compromisso no sentido de não fazermos requerimentos tentando alterar,
por exemplo, essa ordem. V. Exa. sugere que o período das Comunicações venha à
frente, para que possamos fazer uma discussão política, até para aquecer os
ânimos e dizer das nossas idéias, idéias partidárias, sem precisarmos gastar o
período de Liderança, porque várias vezes somos obrigados a gastar o período de
Liderança para falar sobre alguma coisa que poderia ser falada no período das
Comunicações. Creio que V. Exa. acerta quando puxa o período das Comunicações
para que possamos iniciar os debates na Casa. E é claro, creio que foi uma
falha de quem elaborou a Emenda, deixando o período de Pauta fora. E eu sei que
V. Exa. não é contra a Pauta e, também, não é contra a Tribuna, eu sei que não
é.
Então,
o Ver. Guilherme Barbosa, com as suas Subemendas, eu acho que ele faz uma
recomposição na Emenda apresentada por V. Exa.. E eu acredito que nós vamos ter
uma oportunidade de ter então uma Sessão com melhores oportunidades de debates,
e quem sabe os Srs. Vereadores, através das diversas Bancadas, respeitem esta
ordem estabelecida aqui na Casa através da votação dessa Emenda, e possamos
então, ter exatamente a oportunidade de fazer esses debates no período das
Comunicações, praticamente abrindo a participação dos Vereadores nas Sessões.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a Emenda nº 06 ao Pr nº 032/97.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, observo
que o último pronunciamento ainda causa algum frisson no Plenário. Na verdade,
Sr. Presidente, essa proposta de alteração da redação do art. 147, se não for
acompanhada da Subemenda fica prejudicada. O próprio autor da proposta de
modificação do Regimento já concordou expressamente da tribuna com este
particular. Eu até partilho da posição daqueles que entendem que sendo a
Tribuna Popular algo que está inserido na Lei Orgânica do Município, para que
ela viesse a ser retirada, ela teria, antes de mais nada, ter sido retirada da
Lei Orgânica. Em verdade, nós estamos aqui resumidos, se considerarmos que quem
vota com a alteração do 147, com a Emenda nº 06, vota compromissado com a
Subemenda, nós vemos aqui uma situação tranqüila no particular. Qual o ganho
que se tem com essa nova redação? O ganho é a antecipação das Comunicações para
o início dos trabalhos, logo depois da Tribuna Popular. Se for o caso,
permitirá até a utilização desse período das Comunicações para que o debate,
que se instalou em função da presença de entidades comunitárias em temas do seu
interesse e abordados na Tribuna Popular que, muitas vezes, nos dias atuais,
determina e justifica as intervenções das Lideranças, possa ser feito nas
próprias Comunicações, acasalando esses dois assuntos.
É
verdade que os assuntos trazidos na Tribuna Popular sempre são de natureza
político-administrativa, ou reivindicações de algum segmento da sociedade
porto-alegrense, de alguma entidade comunitária, de algum entidade
representativa que com muita freqüência, Ver. Isaac Ainhorn, tem provocado
debates aqui nesta Casa, quando vem aqui o SIMPA, quando vem aqui uma entidade
representante de uma comunidade da periferia de Porto Alegre, muitas vezes
trazendo denúncias de fatos que têm que ser devidamente sopesados por todos
nós.
Parece-me
que o ganho maior nós obtivemos quando votamos a Emenda anterior que alterou o
Regimento no art. 146, estabelecendo a duração das Sessões de segundas e
quartas-feiras em quatro horas e trinta minutos. Realmente, são as duas grandes
Sessões da Casa; a Sessão de sexta-feira é complicadíssima. Vejam V. Exas., até
porque se discutiu a Lei de Diretrizes Orçamentárias, nós estamos aqui às 12
horas e 35 minutos para fazer a primeira votação do dia - queira Deus que possa
se realizar - e acho que, se realizada, nós não teremos condições de continuar
com os trabalhos.
O
ganho fica então propiciado pela Emenda com a Subemenda, dá ênfase ao período
das Comunicações e atende a um velho clamor do Ver. Pedro Américo Leal de
priorizar o debate do assunto político na Casa. Acredito que estejamos
contribuindo com isso. Parece-me que poderíamos ter avançado mais nessa reforma
do Regimento. Esta Sessão de sexta-feira não consigo me conformar com ela, acho
que deveria ser realizada na quinta-feira, mas agora é tarde, “Inês está
morta”, as coisas já se encaminharam e não temos mais como voltar atrás.
O Ver. João Bosco Vaz: Mas a Inês está sentada ali!
O SR. REGINALDO PUJOL: V. Exa. entendeu, Ver. João Bosco, a
expressão usada, que se vale da literatura portuguesa. A nossa competente
Diretora Legislativa não faz parte da literatura portuguesa e sim do cotidiano
da nossa Câmara de Vereadores.
Concluo
dizendo que votar favoravelmente à Emenda, com o compromisso de votar a
Subemenda, é uma postura correta nesta hora. Há um avanço. A priorização das
Comunicações ensejará uma melhoria do debate político nesta Casa. E este
compromisso que o Ver. Luiz Braz pede à Casa, de não invertermos mais a Ordem
do Dia, tem que valer com a mudança ou sem a mudança. Temos que ter um Regimento
como regra, e apenas excepcioná-lo quando a exceção for verdadeira e eficiente.
De
resto, vamos reformar o nosso Regimento, procurando adaptá-lo à realidade da
Casa, e com isto criar condições de qualificar o nosso trabalho. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pelo PDT encaminha o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Como
bom militar o Coronel Pedro Américo Leal gosta de regimento. Ele se
especializou nesta matéria e, às vezes, vejo que ele quer, não diria usurpar o
cargo de corregedor da Câmara de outro Vereador, mas na realidade bem que ele
gostaria. O Coronel-Vereador, ou Vereador-Coronel, sei que ambos os títulos são
extremamente honrosos a sua biografia, por sua história, pretende promover
algumas alterações. Mas ele gosta, além de fazer as alterações, só ele quer ser
o detentor do monopólio das alterações. Tudo tem que passar pelo Coronel. Eu e
o Ver. Juarez Pinheiro tivemos arrancadas, baseado no expediente regimental,
duas Emendas nossas que eram aspiração de retorno a esta Casa. O Ver. Pedro
Américo Leal conseguiu extirpá-las do corpo das alterações regimentais. Mas ele
luta com extremo denodo para que haja as alterações regimentais. E mais um
detalhe: ele já não pode dizer que seja um homem conservador. O Cel. Pedro
Américo Leal já não é mais um homem conservador. Lembrando a linguagem anterior
a 64, nós poderíamos dizer, hoje, que o Cel. Pedro Américo Leal é um Coronel do
povo. Eu não diria...
(Apartes
paralelos.)
Sr. Presidente, assim como V. Exa.,
permanentemente, adverte seus colegas de Bancada, Vereadores Maristela Maffei e
Renato Guimarães, sempre que há interrupções por parte deles, eu gostaria que
V. Exa. tivesse a mesma postura em relação a outras Bancadas, a fim de que eu
pudesse desenvolver o meu raciocínio.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, peço vênia a V. Exa.,
peço desculpa por não estar atento, eu estava atendendo um assunto urgente,
externo da Casa, como Presidente, e por este motivo não observei. Solicito ao
Srs. e Sras. Vereadoras que permaneçam em suas tribunas e possibilitem que o
orador, Ver. Isaac Ainhorn, possa com tranqüilidade fazer a exposição daquilo
que pensa relativamente à Emenda nº 06.
Restituo
o tempo a V. Exa. Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Ver. Presidente, quando o Ver. Pedro
Américo Leal está na tribuna ninguém pode falar. Sequer apartes ele, muitas
vezes, permite, porque ele vai naquele raciocínio militar, dentro daquela
estrutura do planejamento estratégico, aprendido na ESG, na Escola Superior de
Guerra, e então ele quer impor. Eu vejo às vezes até como ele é um homem
brilhante, inteligente, que muitas vezes ele tem idéias boas, mas ele quer ter
o monopólio das idéias boas, sobretudo na área nos regimentos e regulamentos. Certamente,
os trinta e cinco anos que ele permaneceu na corporação, entre Porto Alegre e
São Leopoldo, aperfeiçoando regimentos e regulamentos das forças militares, o
aperfeiçoaram a essa faina parlamentar, da qual se desincumbe com tanto
brilhantismo aqui nesta Casa, ou na Assembléia Legislativa.
Mas,
V. Exa., Coronel Pedro Américo Leal, tem uma posição, hoje, mais avançada.
Inclusive quero dizer, ao final da minha manifestação, que tendo em vista que
V. Exa., hoje, incorpora a Tribuna Popular, aquela que o Líder da sua Bancada
tanto combateu à época da Lei Orgânica. Quero saber como o Ver. João Dib votou
a Tribuna Popular. Vou ter que consultar os Anais da Casa! Os votos que
consolidaram a Tribuna Popular foram os votos do PDT com os do PT, basicamente.
O
Ver. Luiz Braz, que eu imaginava que era um aliado nosso na causa da Tribuna
Popular - porque eu acho que a Tribuna Popular é uma tribuna de todos os
segmentos -, nas conquistas, nas aspirações populares - até porque o
trabalhismo tem essa tradição e essa trajetória -, e não vi, até agora, o Ver.
Luiz Braz fazer qualquer movimento a respeito da proposta de fusão do PPB,
leia-se antiga ARENA, com o PTB. Eu não vi do Ver. Luiz Braz nenhuma
manifestação e, quem cala, consente.
Só
para encerrar, Vereador, vamos encaminhar favoravelmente, neste momento, a sua
alteração ao Regimento, mas deixando aqui uma sinalização para que V. Exa. seja
mais liberal com as demais propostas que forem apresentadas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 6 aposta ao
Projeto de Resolução nº 032/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa) APROVADA,
de forma unânime.
Em
votação a Subemenda nº 1 à Emenda nº 6, aposta ao Projeto de Resolução nº
032/97. (Pausa) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.(Pausa) APROVADA, de forma unânime.
Emenda
nº 7 aposta ao Projeto de Resolução nº 032/97.
Eu
verifico que não há quórum necessário para dar continuidade à Sessão. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 12h48min.)
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